Quinta-Feira, 04 de Novembro de 2021 @ 00:00
Jany destaca o desempenho recente de audiência das emissoras na praça de Maringá, uma das principais do interior do país, a trajetória do GMC e suas impressões sobre os rumos do mercado de rádio. Acompanhe:
Jany! Muito obrigado por aceitar bater esse papo com os leitores do tudoradio.com. Para começar, fale um pouco do GMC (Grupo Maringá de Comunicação) e a trajetória recente do grupo.
Obrigada pelo convite, Daniel! O Grupo Maringá de Comunicação pertence a uma família que respira rádio há 50 anos. Na década de 70, seu Aloysio Barros, que foi um dos primeiros locutores da cidade canção, fundou sua 1ª emissora de rádio, a rádio Jornal AM.
Hoje o grupo é presidido pelo filho do Seu Aloysio, Alexandre Barros, e possui cinco emissoras de rádio: Maringá FM, Mix, CBN Maringá e CBN Ponta Grossa e Cascavel (essas duas últimas em sociedade com Rede Verde Vale); além de um portal de notícias que está no #3 dos mais acessados do Estado e uma produtora de eventos que realiza os grandes shows de Maringá, representa artistas, promove eventos corporativos e possui labels autorais, como a festa Barraca Universitária, por exemplo.
No atual momento, o Grupo GMC está passando por uma fase de expansão dos negócios, com aquisição e lançamento de novas marcas; reestruturação da governança corporativa com a terceira geração da família, iniciando o processo de sucessão.
O GMC conta com três emissoras de formatos diferentes no mercado de Maringá. Quais são as diferenças na atuação de cada projeto e onde eles contam com alguma intersecção?
Isso mesmo. A MIX e a CBN trabalham os nichos específicos, jovem e all news respectivamente. Já a Maringá FM é a emissora mais ouvida de Maringá e região, desde os anos 80. A Maringá FM é um case, Daniel. Veja, o Ibope começou a realizar pesquisas na cidade no início dos anos 2000, desde então a Maringá FM é líder invicta.
Sobre o posicionamento e atuação, cada emissora tem seu planejamento estratégico com objetivos e metas específicas, mas também temos o planejamento e objetivos do Grupo, com indicadores independentes.
As três emissoras GMC impactam juntas 65%** da população*. Isso é praticamente a audiência de um canal de TV e é aqui que acontece a maior intersecção do Grupo GMC: campanhas publicitárias para clientes utilizando esse alcance, com frequência de rádio e alcance de TV.
Importante dizer que o número acima é só da cidade de Maringá, onde temos dados auditados pelo Kantar Ibope. Ainda há de considerar a cobertura regional: o sinal terrestre das emissoras GMC abrange aproximadamente 100 cidades do interior do Paraná.
*considerando a população estimada IBGE/2020.
**Kantar Ibope 2021, Easymedia 4, alcance máximo, 5- 5h, todos os dias, ambos os sexos.
As escolhas de bandeiras como Rádio Mix FM e CBN foram no sentido de ampliar a já forte atuação da tradicional Maringá FM? Vocês costumam apresentar ao mercado uma atuação conjunta das três emissoras?
A escolha das bandeiras MIX e CBN foi no sentido de diversificar a audiência. Sim, usamos a atuação conjunta para mercado publicitário, como expliquei acima.
Vocês tiveram mais uma atualização da pesquisa de audiência local, feita pela Kantar IBOPE Media. Os novos dados mantiveram as três marcas do grupo na liderança em seus respectivos mercados? Pode nos contar um pouco mais sobre isso e como foi possível manter o desempenho das rádios do GMC em um cenário que está ainda mais competitivo?
Sim, acabamos de receber a pesquisa Ibope! As notícias são ótimas para o setor e mostra que o rádio tem conseguido aumentar cada vez mais o número de ouvintes.
Em relação às emissoras GMC, temos 35,46% de share de dial.
A Maringá FM segue líder em 1º, com MIX em 5º e CBN em 7º no ranking.
O dial passa por mudanças com a migração de emissoras do AM e troca de bandeiras de outras frequências. Isso, somado a mudanças comportamentais de audiência, torna a meta de se manter líder em seus segmentos um desafio constante, com ajustes táticos frequentes.
Fonte: Kantar Ibope 2021, Easymedia 4, share frequência, 5- 5h, todos os dias, ambos os sexos.
Jany. Você tem participado de palestras e discussões sobre o atual momento do rádio, da tecnologia e as possíveis tendências para o setor. O que você pode nos destacar sobre isso? E o que é preciso para que uma marca de rádio mantenha a sua relevância em um cenário de mais opções de consumo de mídia?
Sim, acredito que essas movimentações de profissionais do rádio, discutindo o setor, tanto sobre assuntos específicos aos radiodifusores, quanto conteúdo e programação, são muito importantes nessa fase.
Acredito que inovação tecnológica, conteúdo relevante, aprendizado constante, pesquisas e gestão profissional são o caminho para o sucesso do novo centenário do rádio que está à nossa frente.
Alguma possível mudança provocada pela pandemia da COVID-19 foi consolidada no nosso dia a dia? E teve algo que foi previsto e acabou sendo “fogo de palha”?
Na Maringá FM e CBN as transmissões remotas se tornaram parte do dia a dia. Apresentadores em casa entrando no ar o tempo todo, seja por tieline, meeting ou outra transmissão via internet. A pandemia deixou claro que podemos ter bons conteúdos produzidos fora do estúdio e a distância, sem perder qualidade de áudio.
Outra coisa que percebi comportamentalmente foi um apego nostálgico a músicas e conteúdos de décadas passadas. Um verdadeiro revival dos anos 90/2000. Li uma pesquisa que a insegurança da pandemia levou as pessoas a buscarem memórias emocionalmente seguras. Isso explica! Vi esta semana também que até a moda verão 21/22 também está cheia de referência anos 90. Ou seja, a pandemia nos deixou mais old school (rs).
Para encerramos, conte para os nossos radionautas um pouco mais sobre a sua trajetória no rádio e sobre o seu trabalho no GMC.
Sou radialista desde os 12 anos, Daniel. Comecei minha carreira no rádio como locutora mirim numa rádio AM no interior do Pará, Estado em que nasci.
A faculdade de jornalismo me levou para a TV, onde trabalhei como repórter, apresentadora e produtora executiva por cinco anos (Rede Massa - SBT Paraná)
Curto muito gestão e passei uma temporada de três anos, entre o rádio e a TV, como Gerente de Marketing da rede exibidora de cinemas Cinesystem. Foi um período de muito aprendizado que me fez decidir a ir além dos microfones e buscar cargos executivos.
Mesmo depois de duas décadas trabalhando profissionalmente, ainda me sinto uma locutora, que adora ficar no estúdio e que duas vezes por ano dá férias para um comunicador e assume o lugar dele, só pra matar a saudade do AR! :)
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.