O programa Jovem Pan Morning Show, que vai ao ar pela Jovem Pan AM 620 e rede e Jovem Pan FM 100.9 de São Paulo, recebeu nesta sexta-feira os apresentadores do “Dois diretores em cena”, Tuta e Nilton Travesso. O quadro vai ao ar pela Rede Jovem Pan Sat e conta histórias do rádio e TV.
Eles relembraram, por exemplo, a época do surgimento da televisão no país. Mesmo destacando a relevância do fato, ressaltaram que ela nunca diminuiu e nem vai diminuir a importância do rádio. “Quando fundamos a TV, os comentários eram que ela ia acabar com o rádio. Agora, 60 anos depois, nós dois estamos fazendo um programa de rádio que está há três anos no ar e já ganhou vários prêmios. Ele continua presente. É importante porque busca emoção. É isso que a gente faz”, disse Tuta.
Atual presidente da Jovem Pan, Tuta, cujo nome completo é Antônio Augusto Amaral de Carvalho, é filho de Paulo Machado de Carvalho, empresário responsável pela fundação da TV Record, emissora em atividade mais antiga do país, em 1953. Já nos primeiros anos de trabalho, atuou com o pai na direção da casa e, ao lado de Travesso, viu-a atingir seu ápice na década de 1960.
Ao falar sobre o período, Tuta contou que, apesar de terem investido em profissionais de gabarito para o desenvolvimento, ele acredita que uma tragédia foi a verdadeira responsável pelo sucesso do projeto. Trata-se do incêndio ocorrido em 1966 nos estúdios e na central técnica localizados no bairro do Aeroporto, em São Paulo.
Após o incidente, eles se mudaram para o Teatro Record, na Rua da Consolação, onde foram obrigados a modificar a grade para adaptá-la ao novo formato. “O que levou a TV Record aos primeiros lugares não foi nenhuma estratégia. Foi o fogo. Tivemos que ir ao teatro por causa do incêndio. E o que podíamos fazer lá senão shows? Aí que entraram Roberto Carlos, Elis Regina, Wilson Simonal. Mas não bolamos nada, Deus é que ajudou”, afirmou.
Além disso, Travesso destacou a amizade da dupla, que, segundo ele, nunca se desentendeu nos bastidores das produções. “É uma amizade de 60 anos e nunca tivemos uma discussão. Nunca levantamos a voz um para outro. Nos momentos difíceis, de turbulência, conversamos e fomos parceiros. É assim até hoje. O importante do Tuta é que a palavra dele vale mais que qualquer assinatura. Isso sempre me deixou muito feliz”, disse.
Por fim, os dois diretores compararam o trabalho que era feito décadas atrás na televisão com o que é feito hoje. Para eles, antigamente era preciso suar muito mais a camisa para segurar a atenção do público.
Aproveitando o rumo do bate-papo, criticaram a audiência “fajuta” e “viciada” medida pelo Ibope. “A TV Globo faz uma novela e tem audiência todo dia. A gente ficava todos os dias atrás de audiência porque todo dia era um programa novo. Era bem mais difícil. Fazíamos grandes programas, mas não sabíamos a dimensão daquilo”, declarou Tuta. “E desde aquela época lutávamos com o ibope. Esse mal fadado instituto desgraçado. Eles fazem tudo com computador. Ligam um aparelho nas televisões e medem. Mas é fajuto. Todo dia são as mesmas televisões, nos mesmos lugares. Tem que perguntar para outras pessoas. Quem gosta de futebol gosta, quem gosta de outra coisa gosta. É uma medição viciada. É desvantagem para os pequenos, não para os grandes. A TV Globo está sempre bem”, acrescentou. “Mesmo com 20 pontos, o que é péssimo para uma novela, está muito acima das outras, que têm 4 ou 5. Mas será que é isso mesmo? É difícil de dizer. Pesquisa é importante, mas tem que ser bem feita. Trato com eles há 40 anos e sofro muito. Meus cabelos até se foram”, brincou.
Durante o programa, eles ainda foram surpreendidos com a participação de Carlos Alberto de Nóbrega, Caçulinha e Boni, antigos companheiros que divertiram a todos revelando histórias divertidas que passaram juntos. O primeiro, por exemplo, relembrou sua época de Família Trapo, que escrevia em parceria com Jô Soares. “A direção era do Travesso e do Manoel Carlos, um a cada semana. Mas gostávamos muito mais quando era o Travesso! Não tinha diretor igual a ele. Sabe o que fazíamos? Quando sabíamos que era o Manoel, botávamos uma marcação muito mais difícil. Golias em um quadro, Jô em outro, depois cortava para outro... Tudo para complicar. Era bullying (risos)”, confessou.
Com informações do Jovem Pan Online
A reprodução das notícias e das pautas é autorizada desde que contenha a assinatura 'tudoradio.com'
Tags:
Jovem Pan, Dois diretores em cena, Tuta, São Paulo