Desligamento do sinal analógico é destaque no congresso do SET EXPO 2014

O Tudo Rádio publicou na tarde desta terça-feira que a rádio Jovem Pan AM 620 de São Paulo vai iniciar os testes na chamada faixa estendida do FM. Apesar dos testes, a migração das AMs da Grande São Paulo se dará apenas após o switch-off da TV brasileira, já que a faixa estendida compreende os canais 5 e 6 da TV. Este assunto também será abordado durante o 25º Congresso Anual da SET, que será realizado na próxima semana, na capital paulista.

O desligamento do sinal analógico da televisão brasileira, programado para começar em 29 de novembro de 2015 e terminar em 25 de novembro de 2018, será amplamente debatido durante os quatro dias do congresso do SET EXPO 2014. Promovido pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET), o evento integra o congresso à Feira de Equipamentos, Tecnologia e Serviços aplicados aos Mercados de Broadcasting, Telecomunicações e Mídias Convergentes e ao Fórum de Negócios e será realizado no Expo Center Norte, em São Paulo, de 24 a 27 de agosto.

Tema de grande interesse para o telespectador, o “apagão analógico” (expressão usada pela imprensa brasileira para se referir ao termo em inglês “switch off”) é necessário para que o sinal de televisão passe a ser totalmente digital no país. O assunto, no entanto, tem suscitado uma série de questões sobre como se darão todas as etapas do desligamento. As dúvidas começam com o leilão da faixa de 700 MHz, programado pelo governo para agosto, e continuam em todas as fases seguintes do programa.

Durante o congresso do SET EXPO 2014, que terá mais de 170 sessões, vários especialistas se debruçarão sobre o tema. No dia 25, por exemplo, o coordenador do Módulo de Mercado do Fórum SBTVD e Diretor de Interatividade da SET, David Britto, será o moderador do painel “Switch off pós leilão 700 MHz”. Segundo Britto, o leilão é apenas o primeiro passo de todo um projeto complexo que envolve vários setores, incluindo a população, e que ainda não está bem explicado. “Se olharmos só o lado do radiodifusor, aparecem várias questões que ainda não foram respondidas”, alerta. “Como será feita a divulgação para a população? Quem irá comprar os equipamentos? Como conseguir liberação de financiamento e licença ambiental para instalar antenas, além de ter conversores digitais compatíveis e na quantidade necessária em um curto período de tempo?”, indaga.

No dia 26, a engenheira eletrônica Valderez Donzelli, da Adthec e diretora Editorial da SET, será a moderadora do painel ‘Switch off: Planejamento. Perspectiva. Recepção.” Para Valderez, o switch off brasileiro também é bastante complexo e envolve muitas perguntas que ainda precisam ser respondidas: “Vamos supor que todas as emissoras tivessem dinheiro para comprar os equipamentos de transmissão, as antenas e as torres. Mas, a indústria terá capacidade para produzir e entregar esse material a tempo?”, questiona.

O tema terá continuidade no último dia do congresso, dia 27, no painel “Estamos preparados para o switch off?”, que terá moderação do engenheiro eletrônico Luiz Gurgel,  diretor da Regional Nordeste da SET. Os integrantes do painel discutirão a infraestrutura e a cobertura do sinal digital no país em comparação com a atual cobertura do sinal analógico.

Com informações do site da SET