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Segunda-Feira, 05 de Janeiro de 2015 @ 13:04

Pelo terceiro ano seguido, publicidade cresce pouco

São Paulo – Investimento em rádio apontou crescimento de 5,6%

Publicidade
Pelo terceiro ano consecutivo, o mercado publicitário deve crescer um dígito. Para 2014, calcula-se crescimento real de, no máximo, 1,5%, com base nas estimativas de fechamento do período da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap). Para 2015, a previsão é repetir a taxa de crescimento do ano passado.
 
Agências de publicidade consultadas pelo Valor identificam, desde o segundo semestre do ano passado, após término da Copa do Mundo, redução de investimentos em comunicação. Os clientes vêm cortando despesas nos últimos meses, refletindo a piora no cenário econômico. "Comunicação continua a entrar na linha de despesas a serem cortadas quando o anunciante decide rever orçamento em anos mais difíceis", diz um diretor de uma agência paulista.
 
De acordo com a Abap, a estimativa é de aumento nominal de 6% a 8% em compra de espaço publicitário em 2014. Segundo o Projeto Inter-Meios, iniciativa do Grupo Meio & Mensagem, o mercado deve ter movimentado R$ 32,2 bilhões. Ao se descontar o IPCA (inflação medida pelo IBGE), a alta seria de, no máximo, 1,5% no ano passado.
 
Entre 2011 e 2014, recente período de baixo crescimento do setor (a última expansão de dois dígitos foi em 2010, de 17,7%) a expansão nominal média nos investimentos foi de 7,3%, considerando-se 8% para 2014. "Foi um ano em que o mercado ficou estagnado. Desta vez, o setor não conseguiu se descolar do PIB [Produto Interno Bruto] fraco", diz Alexandre Gama, presidente da Neogama/BBH.
 
Até setembro, o investimento em publicidade teve alta nominal de 9,7%, segundo o Projeto Inter-Meios, com retração em jornais (-9,2%), revistas (-15,3%) e internet (-7%). A TV aberta cresceu 14% e o rádio apresentou aumento de 5,6% no investimento publicitário. "Até a Copa do Mundo, o crescimento [do investimento dos anunciantes] foi de 18%, mas depois o mercado foi desacelerando, o cenário eleitoral se instalou e perdemos o vigor", disse Orlando Marques, presidente da Abap. "A base de comparação mais forte do primeiro semestre de 2014 e o ambiente econômico ainda difícil deve afetar o desempenho da primeira metade de 2015".
 
A expectativa é que o setor tenha um primeiro semestre fraco em 2015 e recupere parte do ritmo de expansão na segunda metade do ano - especialmente no último trimestre. Até lá, o que tem sido discutido é um aprofundamento de medidas de revisão de orçamentos e de custos nas agências. "Clientes têm olhado ainda mais para dentro de suas empresas e buscado maior eficiência no uso dos recursos. Temos que fazer o mesmo no nosso setor", diz Sérgio Amado, presidente do grupo Ogilvy no país.
 
"Nossa ideia não é perder tempo em concorrência e processos sem chances reais, que não têm retorno que faça sentido. Isso consome tempo, equipe e dinheiro", diz Amado. Informou que a Olgivy teve receita e lucro acima das metas previstas em 2014, em parte, por conta de compras maiores de espaço publicitário no primeiro semestre, como fizeram Magazine Luiza e Coca-Cola.
 
Um dos movimentos comuns no setor em períodos de PIB fraco, é a troca frequente de contas entre agências - o que acaba levando algumas a apresentar propostas de preços mais agressivas aos clientes. Esse ambiente, se por um lado pode afetar a rentabilidade da agência, também pode forçá-la a ser mais eficiente no uso do caixa.
 
Na Neogama, a receita de 2014 ficou 3% acima da meta prevista em orçamento e o lucro líquido, 12,15% acima do estimado. "Foi um ano de recuperação de resultados com a entrada das contas do sabão em pó Tixan Ypê, da conta digital da Renault, da Santher e do site InfoJobs. Para 2015, não adianta ficar lamentando muito. Vamos ter que correr mais. Nossa ideia é ficarmos menos dependentes de determinadas contas porque, se o desempenho de algum setor piorar, compensamos em outras áreas", disse Gama, que também é chefe criativo do grupo BBH.
 
Com informações do Valor Econômico e Abert
 
Tags: Rádio, investimento, publicidade, crescimento

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Carlos Massaro

Carlos Massaro atua como radialista e jornalista. Já coordenou artisticamente uma afiliada da Band FM (Promissão/SP) e trabalhou como locutor na afiliada da Band FM em Ourinhos/SP e na Interativa de Avaré/SP e como jornalista na Hot 107 FM 107.7 de Lençóis Paulista/SP e na Jovem Pan FM 88.9 e Divisa FM 93.3 de Ourinhos. Também é advogado na OAB/SP e membro da Comissão de Direito de Mídia da OAB de Campinas/SP, da Comissão de Direito da Comunicação e dos Meio da OAB da Lapa/SP e membro efetivo regional da Comissão Estadual de Defesa do Consumidor da OAB/SP. Atua pelo tudoradio.com desde 2009, responsável pela atualização diária da redação do portal.



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