O condomínio Diários Associados obteve aprovação da autoridade brasileira de defesa da concorrência para vender o controle acionário (57%) de sete empresas, entre elas a editora do jornal "Diário de Pernambuco". O comprador é o grupo Hapvida, operador de planos de saúde e dono de hospitais, clínicas e laboratórios no Nordeste e Norte do país. A decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), aprovando o negócio sem restrições, foi publicada no “Diário Oficial da União” desta segunda-feira, em despacho da superintendência-geral da autarquia.
O grupo Hapvida começou a entrar no setor de comunicação em 2014, com a compra da TV Alagoas e da TV Ponta Negra, do Rio Grande do Norte. Além da editora que leva o nome do Diário de Pernambuco, a nova aquisição inclui as empresas Rádio Poti; Rádio e Televisão O Norte (TV Clube João Pessoa); Rádio FM O Norte, Rádio Borborema; Televisão Borborema e Sistema Associado de Comunicação (TV Clube Pernambuco). As sete empresas objeto do processo agora aprovado pelo Cade são todas sociedades por ações e terão 57% de seu capital transferidos a uma holding ainda a ser criada pelo grupo comprador.
O conglomerado de empresas conhecido como Diários Associados, que já foi o maior de mídia do país, foi fundado pelo célebre jornalista e empresário Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, o Chatô, que viveu de 1892 a 1968. Antes de falecer, ele transferiu suas empresas a um condomínio formado por pessoas físicas, escolhidas por critérios de merecimento e de fidelidade ideológica. Atualmente, 23 pessoas, sendo dez jornalistas, fazem parte dele.
O Condomínio Acionário das Emissoras e Diários Associados é dono de dez emissoras de TV, doze emissoras de rádio e doze jornais impressos, entre eles Correio Braziliense e Estado de Minas, segundo lista informada pelo condomínio em sua página na Internet, na qual ainda estão as empresas negociadas com o grupo Hapvida. Conforme a lista fornecida ao Cade, também é proprietário ou detém participação superior a 20% em diversas outras empresas, de logística, de empreendimentos imobiliários e de investimentos, por exemplo.
Além das licenças das atividades de transmissão de televisão e rádio, o negócio submetido ao Cade abrange equipamentos e estrutura hoje de propriedade das empresas negociadas, inclusive imóveis. O objetivo da operação, segundo os documentos entregues à autarquia antitruste, “é a reestruturação patrimonial e financeira das empresas-objeto , de modo a atingir situação financeira satisfatória e adequada à sua estrutura patrimonial, para a manutenção dos planos de modernização e desenvolvimento”.
Pelo lado do grupo comprador, o interesse é a diversificação de atividades, muito concentradas no setor de saúde. O grupo está fazendo a aquisição por meio da Canadá Investimentos Ltda.. O valor da transação e a forma de pagamento são tratados como informação de acesso restrito, não aparecendo na versão pública dos documentos disponibilizados pela Cade sobre o processo.
Com informações do Valor Econômico
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