A presidente Dilma Rousseff ofereceu o Ministério das Comunicações ao PDT, seu antigo partido. Os pedetistas ocupam hoje o Ministério do Trabalho, com Manoel Dias. Dilma se reuniu na última terça-feira e, novamente no fim da tarde desta quarta-feira, com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. O indicado foi o deputado André Figueiredo (CE), que é líder da bancada na Câmara e, recentemente, negociou as filiações de Cid e Ciro Gomes ao partido.
O PDT formalizou há poucas semanas “independência” ao governo, depois da aprovação do primeiro pacote de ajuste fiscal com redução da concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários. Dilma tenta reconstruir uma ponte com o ex-aliado. O partido cobra desde sua eleição, em 2010, uma pasta de mais peso político e reclama sistematicamente do fato de o Ministério do Trabalho ter perdido funções ao longo dos anos.
O atual ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, pode ser remanejado à Casa Civil. Ele assumiu a pasta das Comunicações no início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff no começo deste ano.
Vale ressaltar que o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) requereu em maio uma audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado (CCT) para tratar de temas como regulação econômica da mídia, o processo de migração da TV para o formato digital e a exploração da faixa de 700 megaHertz pela telefonia móvel, além da digitalização do rádio.
Em março, o senador pelo PDT afirmou que tem muito temor em relação à proposta de regulamentação da mídia. Segundo ele, esse é um instrumento perigoso, porque há sempre uma tentação de dar um passo a mais. Em entrevista à TV Senado, Buarque disse que o temor é uma questão particular, e não da comissão. “Eu sou muito temeroso nesse negócio de regular a mídia. Isso particularmente, não falo em nome da comissão. A gente começa fazendo algumas regulações até corretas, para evitar excessos, mas depois vem a tentação de dar um passo a mais e, de repente, a mídia termina controlada totalmente”, ressaltou o senador.
Ele ainda deu um exemplo da atitude de um militante rasgando um exemplar de jornal. “Ainda ontem, eu vi uma foto de um militante de um partido, rasgando um jornal. Eu comentei no Twitter: ‘começa assim’. A raiva da gente por um jornal, em vez de ser não comprá-lo, começa rasgando. Aí, depois de rasgar, a gente começa a censurar e, depois, proibir. Então, eu tenho medo. É necessário, mas perigoso. Às vezes, é melhor você não se submeter ao necessário para não cair a um erro posterior. É muito perigoso regular a mídia. Perde o controle da liberdade”, destacou.
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