Após três meses que a coluna “Aparte” divulgou uma carta produzida por funcionários da Rádio Inconfidência FM 100.9 AM 880 de Belo Horizonte denunciando casos de tráfico de influência, compras de passagens aéreas sem licitação, assédio moral e contratações ilegais, o Diário Oficial do Estado de Minas Gerais publicou nesta quinta-feira (26) a exoneração de Tancredo Antônio Naves do cargo de presidente da emissora. O pedido de dispensa não cita os problemas denunciados.
A Secretaria de Estado de Cultura (SEC) ressaltou por meio de uma nota prestando mais esclarecimentos sobre a decisão de desligamento que Tancredo Naves cumpriu importante papel no período em que esteve na rádio, e sempre atuou com extrema dedicação. "Ele continua colaborando com o Governo de Minas de Gerais e passa a fazer parte dos quadros da Imprensa Oficial, onde foi nomeado para ocupar o cargo de Diretor de Negócios", afirma o comunicado do governo.
"A SEC nomeia, nos termos da Lei nº 7.219, de 25 de abril de 1978, do art. 13 do Estatuto a que se refere o art. 1º do Decreto nº 44.111, de 19 de setembro de 2005, e do Decreto nº 46.004, de 9 de julho de 2012, Flávio Henrique Alves de Oliveira, para o cargo", diz o decreto divulgado no Diário Oficial. Músico e compositor, Flávio Henrique é autor da marchinha "Na coxinha da madrasta", que foi ganhadora do concurso do Baile da Banda Mole e virou hit.
Ele também produziu e fez arranjos para importantes nomes da música mineira, e também participou de alguns dos maiores projetos de música realizados em Minas Gerais e no Brasil. Com mais de 120 músicas gravadas, Flávio Henrique já participou de parcerias com Milton Nascimento, Luiz Tatit, Chico Amaral, Fernando Brant, Márcio Borges, Carlos Rennó, Zeca Baleiro, Ronaldo Bastos, Vander Lee, Paulo César Pinheiro, Sérgio Santos, Telo Borges, Murilo Antunes e Toninho Horta.
O texto produzido pelos funcionários, divulgado sem assinatura, apontou no início de setembro diversas irregularidades na rádio, entre problemas de abuso e ações ilegais. A mensagem foi rebatida em outra carta anônima, esta de apoio, e nada pareceu ter mudado na entidade, que é de propriedade do governo de Minas.
Na época, a Inconfidência apenas confirmou que o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) fora solicitado para apurar e averiguar as supostas irregularidades. Mas, segundo a Secretaria de Estado de Cultura, o órgão informou que "não seria necessária nenhuma tomada de contas especial".
Apesar disso, a Controladoria Geral do Estado assumiu o caso para investigar as denúncias divulgadas e, desde então, apenas uma visita foi realizada à sede da emissora, no bairro Gutierrez, feita dois dias após a carta ter sido revelada. Nesse meio tempo, o Aparte obteve uma portaria publicada pela presidência da rádio que coloca o locutor Willy Gonzer como diretor do Departamento de Esportes. Mas, segundo o estatuto da própria Inconfidência, apenas o governador Fernando Pimentel (PT) poderia colocar servidores em cargos de direção na entidade.
Em nota, a Secretaria de Cultura e a rádio Inconfidência afirmaram que iriam aguardar o resultado dos trabalhos para tomar qualquer atitude a respeito dessas irregularidades e da 'promoção' de Willy Gonzer. Na ocasião, o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, afirmou que confiava na condução da rádio por parte de sua direção e que também aguardava a apuração conduzida pela Controladoria.
Com informações do O Tempo
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