A Folha de S.Paulo publicou nesta quinta-feira (10) que a presidente Dilma Rousseff poderá colocar o ex-presidente Lula como um de seus ministros, em uma possível reforma ministerial. Existe também a possibilidade de a presidente nomear o ex-presidente como ministro das Relações Exteriores.
Segundo a matéria da Folha de S.Paulo, com a piora da crise política e do risco real de abertura de um processo de impeachment, ministros e petistas pressionam a presidente Dilma Rousseff a fazer uma nova reforma na sua equipe, começando por colocar o ex-presidente Lula num cargo chave do governo. A coluna Mônica Bergamo antecipou, nesta terça-feira (8), que o PT voltou a defender que Lula fosse ministro após ele ser levado para depor na Polícia Federal.
De acordo com a Folha, além do convite a seu antecessor, Dilma foi aconselhada também a fazer mudanças na política econômica e no comando da Justiça. A avaliação é que a presidente precisa dar uma "chacoalhada" em seu governo para transmitir a mensagem de que está disposta a corrigir falhas e conseguir, assim, novo fôlego no mercado financeiro e no Congresso.
A mexida mais ampla, uma espécie de "começar de novo" nas palavras de petistas, é defendida também por Lula. Ele relatou a amigos que a presidente está "muito abatida" e "sem forças" para reagir à crise. Segundo ele, caso este cenário não mude, a presidente de fato correrá risco de perder o cargo.
Dilma, como antecipou o Painel da Folha, decidiu convidar Lula para ocupar um ministério para que ele tenha foro privilegiado e não fique nas mãos do juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato. O convite foi feito durante jantar nesta terça (8) no Palácio da Alvorada. O ex-presidente, a princípio, diz resistir à ideia por avaliar que passaria a imagem de estar fugindo da Justiça, mas ainda não deu sua palavra final.
Caso mude de posição e aceite o convite, interlocutores do ex-presidente afirmam que ele não poderia vir para um ministério lateral, mas para comandar uma pasta central, com participação direta nos rumos do governo. No desenho de Dilma, o ex-presidente poderia ocupar o Ministério das Comunicações ou o das Relações Exteriores. Petistas defendem que ele seja indicado para a Secretaria de Governo, hoje sob comando de Ricardo Berzoini.
O problema é que, segundo relatou Lula a interlocutores, Dilma está muito "abatida" e "demonstrando estar sem forças" para reagir. No jantar de terça, Lula inicialmente recusou o convite porque ele poderia ser interpretado como uma "confissão de culpa". Segundo relatos, ele avaliou ainda que, mesmo que tivesse foro privilegiado, sua família poderia ser alvo de operações da Polícia Federal.
Nesta quarta-feira (9), o ministro Ricardo Berzoini, que participou do jantar com Dilma e Lula, vocalizou o desejo de ter o ex-presidente na equipe ministerial. "Qual time não gostaria de colocar o Pelé em campo?", afirmou ele, acrescentando que aceitar ou não o convite é uma decisão que depende apenas de Lula.
André Figueiredo assumiu a pasta em outubro do ano passado
Caso se confirme a mudança, será o terceiro comando que a pasta terá em pouco mais de 14 meses do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Assim que assumiu a presidência, o comando da pasta era de Ricardo Berzoini. Em outubro do ano passado, Berzoini foi para a Secretaria de Governo, enquanto André Figueiredo assumiu a pasta.
Com informações da Folha de S.Paulo
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