O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) denunciaram, no início do mês, a demissão de 16 profissionais do Sistema Jangadeiro de Comunicação, grupo de mídia cearense. De acordo com as entidades foram dispensados sete jornalistas, oito radialistas (auxiliares de externa) e um designer. Até o momento, a direção do Grupo Jangadeiro não comentou o caso.
As demissões começaram pela rádio BandNews FM 101.7 de Fortaleza, quando três jornalistas foram dispensados. Em seguida, mais cortes ocorreram na TV Jangadeiro – afiliada do SBT no estado – e no Portal Tribuna do Ceará. O sindicato informou que as baixas são decorrentes no Sistema Jangadeiro que, em quatro anos, mudou de bandeira de afiliação duas vezes e reformulou o departamento de jornalismo com a extinção de programas.
Além de alegar necessidade de redução de gastos, a direção da empresa de comunicação não escondeu que as demissões vão ampliar a precarização do trabalho. “Segundo informações da categoria, os auxiliares de câmera foram dispensados porque, a partir de agora, os repórteres cinematográficos sairão para as pautas sem auxiliares e acumulando a função de motorista, o que fere a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de Rádio e Televisão”, disse o Sindjorce.
Para as entidades, a crise nos veículos tradicionais de comunicação resulta da má gestão das empresas, não só no Ceará, mas em todo o Brasil. As organizações afirmam que, em vez de investir em pessoal e produzir conteúdo jornalístico relevante, os grupos de mídia reduzem postos de trabalho, sobrecarregando os que ficam e comprometendo a qualidade de seu produto final: a notícia.
O Sindjorce disponibilizou assessoria jurídica aos demitidos e orientou que os jornalistas não cedessem às pressões para homologar os contratos no Sindicato dos Radialistas. Além disso, o sindicato avalia com a assessoria jurídica quais ações podem ser tomadas para impedir que as dispensas continuem acontecendo. Caso a empresa volte a despedir funcionários nos próximos meses, a política pode caracterizar demissão coletiva e, portanto, é passível de questionamento judicial.
Com informações do Comunique-se
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