O SET Sudeste foi realizado nesta semana no Rio de Janeiro. Especialistas abordaram desafios de otimização de cobertura de radiodifusão em meio à migração AM/FM e da Olimpíada Rio 2016, além do alto custo afastou emissoras da transmissão. Marco Túlio Nascimento (ZY Digital) e Eduardo Cappia (EMC) participaram da “Sessão SET Radiodifusão Sonora, Migração AM-FM e Desafios atuais e Pós-Olimpíada 2016.
A “Sessão SET Radiodifusão – Radiodifusão Sonora, Migração AM-FM e Desafios atuais e Pós-Olimpíada 2016” abriu a tarde de palestras do segundo dia do SET Sudeste 2016, no auditório da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. O engenheiro Eduardo Cappia, diretor da EMC Solução em Telecomunicações e conselheiro da SET, falou do momento do rádio no Brasil e apresentou os desafios da emissoras com a migração e a adoção das reforçadoras de sinal. “É preciso esquecer o conceito de potência e pensar no conceito de cobertura, uma vez que existem curvas de distância máxima baseadas em cálculos estatísticos de altura efetiva e de ganho de antena”.
Os radiodifusores precisam saber qual é a classe de suas emissoras, segundo o executivo. “Uma mesma emissora precisaria de 100 KW se instalada no centro de uma cidade, mas, apenas 2 KW para funcionar na serra. É preciso trabalhar na otimização da instalação, com a máxima eficiência energética e com a aplicação de ferramentas digitais de cobertura”, ressaltou Cappia.
Evandro Tiziano, diretor da Akron Technical Service, explorou os desafios de otimização de cobertura de emissoras FM com a utilização de sistemas síncronos de FM e reforçadores de sinal. “Um projeto de otimização de cobertura de sinal digital precisa ter performance e confiabilidade, com precisão de frequência, precisão de tempo, estabilidade, e redundância”, frisou
Os sistemas síncronos para FM surgiram atendendo um anseio de preenchimento de cobertura na mesma frequência operacional da Rádio Catedral Rio 106,7 MHZ, no ano 2000, explicou Tiziano. “A contribuição foi incorporada ao item 5.2.9 da resolução 67 do MEC. Assim, conseguimos estender cobertura sem necessidade de aumento de potência, o que cria viabilidade de novos canais e reduz a ocorrência de sinal interferente”.
Marco Túlio Nascimento, diretor da ZY Digital, na palestra “Transmissões esportivas, desafios, cases e mobilidades”, lembrou que as grandes emissoras cariocas de rádio não farão a cobertura da Olimpiada Rio 2016 por conta do alto custo do evento e apresentou cinco desafios de transmissões externas. O primeiro desafio é a questão da conectividade, segundo Nascimento. “A conexão com a internet precisa ser boa para transmitir ao vivo”, comentou.
As interferências de espectro, a mobilidade, o delay, a complexidade operacional dos equipamentos para jornalistas operarem, são outros desafios na reportagem ao vivo. “A logística também precisa ser sofisticada com os equipamentos de hoje, o que aumenta muito o custo de uma externa. É preciso, então, simplificar a operação, mantendo o mesmo resultado. Como recursos limitados, demanda por volume, urgência de entrega, gap operacional, a qualidade técnica pode ficar prejudicada. Para resolver isso, é preciso uma mudança de cultura, um redesenho de processos operacionais, uma simplificação logística, uma autonomia da reportagem e, sem dúvida, uma elevação da qualidade”, concluiu.
O SET Sudeste Rio 2016 ocorreu nos dias 6 e 7 de julho de 2016, no Auditório do Centro de Convenções Bolsa do Rio de Janeiro. O evento integra a série de encontros organizados e realizados pela SET em todas as regiões do Brasil (SET Sul, SET Norte, SET Centro-Oeste, SET Nordeste).
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