A SET realizou nos dias 27 e 28 o SET Nordeste 2016. O evento foi realizado no Auditório da FIEC (Federação das Indústrias do Estado do Ceará), em Fortaleza. A última sessão do evento Nordeste contou com a participação de Carmen Lúcia Rocha Dummar Azulai, presidente da ACERT; Fernando Ximenes, Gram-Eollice; e Eduardo Cappia, diretor da EMC/SET, que moderou e participou da sessão SET: “Radiodifusão sonora, migração AM-FM, EFM e desafios atuais da radiodifusão”.
Carmen afirmou que o maior desafio da ACERT é continuar trabalhando para que o ouvinte possa continuar escolhendo “e dando opção para o nosso ouvinte. Com a Internet, eles passam a interferir muito mais em nosso conteúdo, e fazem com que os nossos conteúdos sejam mais plurais e enriqueçam a indústria”. A presidente da ACERT lembrou que, em Fortaleza, a Voz do Brasil está “fora de moda e empobrece o rádio, porque a obrigatoriedade prioriza a uns e delega aos outros, sendo um problema para a pluralidade de opiniões”.
No fim de sua explanação, Carmen alertou que quanto menos habitantes tem uma população “maior é o preço de taxas por habitantes, sendo assim, uma rádio de Fortaleza para seis vezes mais que uma rádio de São Paulo, isso porque a taxa é feita pesando na potência do transmissor e não por cobertura de ouvintes. Todos temos de pedir um modelo que seja igual para todos e não como este, que é diferenciado”.
Ela argumentou, ainda, que, para a rádio não desaparecer, é preciso que a indústria saiba como garantir mobilidade na recepção: “deveríamos ter pensando em como faremos para ter acessibilidade e os receptores de rádio estejam no celular e nas outras plataformas, uma coisa que tem de vir das rádios porque, se não fizermos algo no futuro, teremos que desligar os transmissores. Não pela falta de qualidade, mas, sim, porque não teremos ouvintes com receptores de rádio”.
Eduardo Cappia explicou como a rádio está migrando de AM para FM e mostrou como as primeiras emissoras estão operando. Na palestra “Migração: primeiras emissoras no AR”, ele analisou as classificações das emissoras e abordou conceitos de cobertura e de eficiência de sistemas.
“Deixando a faixa AM, o rádio confirma o seu momento atual de credibilidade e amplia cobertura em FM”, destacou Cappia, afirmando que o desafio, na região, está em como receber a faixa estendida FM, (76 a 88 MHz) na Grande Fortaleza.
“A migração não vai resolver o problema do rádio. Ela coloca um novo desafio. A mudança é positiva, mas o problema continua sendo o conteúdo. A migração é definitiva”, afirmou Cappia. “O Ceara é pioneiro na migração no estado, com a Rádio Progresso, de Juazeiro do Norte, a mais de 500 quilômetros de Fortaleza, a primeira emissora a fazer a migração da AM para FM.”
Cappia lembrou que mais do 25% das emissoras, “hoje, migrariam para a Faixa Estendida podendo chegar a 345 estações em regiões de alta densidade populacional, o que é um imenso desafio; um desafio que passa por cumprir o cronograma e trabalhar para que dê certo a migração. Já não temos de ter projetos que trabalham com potência, mas sim com áreas de cobertura das emissoras de rádio e com eles, o contorno protegido de cobertura. Precisamos deixar de pensar em potência e passar a pensar em classe de emissora”.
O executivo disse que para migrar é preciso planejar o processo gerando a “otimização da instalação” para que a instalação da emissora se realize com os parâmetros corretos e sem problemas futuros de cobertura. As FMs precisam “ter um produto novo, com novas funcionalidades e requerimentos, que passam de um produto AM de 10 KHz para um produto FM de 200 KHz”.
Assim, o maior consumo de rádio pelo ar está no carro e no celular, afirmou Cappia, e “temos de ver como ter receptores que captem a faixa estendida. Já há algumas montadoras de carros que estão desenvolvendo centrais multimídia que ofereçam acesso a esta faixa”.
A palestra “Energia Inteligente Independente”, ministrada por Fernando Ximenes, finalizou a mesa sobre rádio e o SET Nordeste 2016, explicando como reduzir o custo na emissora se esta optar pela implantação de um sistema de captação de energia solar.
O SET Nordeste 2016, Seminário de TV digital, Pay TV, TV na internet (OTT), TV Everywhere e Telecom, se realizou nos dias 27 e 28 de setembro no Auditório da FIEC (Federação das Indústrias do Estado do Ceará), em Fortaleza.
Com informações da Revista da SET
Tags:
Rádio, SET Nordeste, radiodifusão, evento, Fortaleza