O presidente do Grupo Jovem Pan, Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, concedeu entrevista ao site PropMark para falar sobre o futuro das emissoras do grupo. Tutinha fala do investimento em vídeo e da relevância do digital na rede composta por 58 emissoras FM, 80 AM e 22 Jovem Pan News.
Tutinha completou 30 meses na presidência do grupo. Ele substituiu o pai, Antonio Augusto Amaral de Carvalho, o Tuta. Sob sua gestão, a Jovem Pan investiu no jornalismo opinativo, e, segundo o próprio Tutinha, acarretou na saída de investimentos de verbas públicas na emissora.
Segundo o presidente da Jovem Pan, quando assumiu o grupo, a emissora estava parada. Foi então que resolveu pesquisar pessoas diferenciadas que pudessem falar o que pensam com liberdade. “Eu era leitor do Diogo Mainardi na Veja e, quando ele saiu, passei a ler o Reinaldo Azevedo. Ele foi contratado para fazer pílulas no “Jornal da Manhã” e, posteriormente, fizemos o seu programa, “Pingo nos is”, que hoje é a maior audiência do rádio, bem à frente dos concorrentes diretos. O Reinaldo foi o ponto de mudança da Jovem Pan”, ressaltou Tutinha.
Ele também afirmou que ficou de fora do orçamento de mídia do governo federal. “Em compensação, me concentrei na reformulação e investi em profissionais com opinião, muitas vezes diferentes da empresa. Assim começou a revolução no nosso conteúdo. Contratamos o Marco Antonio Villa, que virou um fenômeno em São Paulo. Ele e o Reinaldo criaram um ponto de vista diferente no rádio, que é o jornalismo com opinião. O diferencial é que a Jovem Pan explodiu em audiência”, comentou.
Com a aceitação dos ouvintes, Tutinha decidiu investir ainda mais em jornalismo na grade das rádios. “E isso nos motivou a criar atrações como o “Morning show”, com o Edgard Piccoli, que era da MTV, uma mistura de entretenimento com jornalismo. No esporte, trouxemos o Mauro Beting, com o propósito de rejuvenescer essa área, que retornou à liderança. Há seis meses lançamos o “Três em um”, com a jornalista Vera Magalhães, Carlos Andreazza e Marcelo Madureira. Perdemos de um lado, mas ganhamos com o investimento em jornalismo opinativo, que atrai audiência”, revelou.
Tutinha também ressaltou que a inserção do vídeo dos apresentadores também aumentou a audiência da emissora. “Outra diferenciação foi colocar vídeo em quase tudo da nossa programação: 90% dos produtos da Jovem Pan são transmitidos por streaming simultaneamente no YouTube, Facebook e no nosso site (www.jovenpan.com.br). Isso proporciona 20 mil streamings ao vivo, ou seja, pessoas assistindo e comentando. Só não temos o esporte que requer pagamento de direitos”, comentou.
Sobre os planos para 2017, Tutinha disse que prevê um andar inteiro para a operação de vídeo. “E o vídeo já começa a gerar dinheiro. Essa audiência abre um mercado de faturamento diferenciado em relação ao que é oriundo das agências de publicidade. Compramos câmeras Black Magic e essa estratégia exigiu um investimento de US$ 2 milhões. Neste ano ficamos com receio, mas para o próximo vamos produzir conteúdo para vender para outros canais de vídeo. O futuro do rádio passa pelo vídeo”, frisou.
Com informações do PropMark
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