O retorno da Rádio Clube AM 720 do Recife à ativa foi celebrado, nesta segunda-feira (10), na Academia Pernambucana de Letras (APL), com a conferência Origens da Rádio Clube de Pernambuco e seu pioneirismo, ministrada pelo pesquisador Renato Phaelante, com participação do acadêmico Reinaldo de Oliveira e da presidente da instituição, Margarida Cantarelli. Na solenidade, foram estacadas a importância da radiodifusão e o protagonismo da emissora no desenvolvimento dos aspectos culturais, religiosos e sociopolíticos dos pernambucanos ao longo das décadas. A Rádio Clube AM, chamada de "a pioneira" por ter realizado a primeira transmissão no Brasil em 1919, voltou a ser transmitida na frequência 720 AM no dia 12 de junho, após retransmitir a programação da Rádio Globo durante três anos.
Radialista e pesquisador, Renato Phaelante introduziu o público à história da Rádio Clube, pioneira na América Latina. Em seu depoimento, elucidou alguns dos momentos mais marcantes da radiodifusão no Brasil, como a fundação da Jazz Band Acadêmica, sob o comando do maestro Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba, e a contratação de um dos maiores nomes da rádio pernambucana, o músico, compositor e maestro Nelson Ferreira, em 1931. A realização da primeira transmissão em cadeia nacional e as primeiras transmissões jornalísticas e esportivas fazem parte dessa história. Um dos casos lembrados pelo pesquisador foi a realização da primeira cobertura de uma partida de futebol em Pernambuco, no mesmo ano, quando o locutor Abílio de Castro chegou a ser expulso do estádio.
Para driblar o imprevisto e realizar do jogo entre Pernambuco e Paraíba, Abílio recorreu a um morador vizinho do estádio, para transmitir o jogo de sua varanda. "Mesmo com a partida já iniciada, começou a transmiti-la", contou Phaelante. O acadêmico Reinaldo de Oliveira ajudou a criar imagens sobre a trajetória da Rádio Clube ao resgatar memórias de sua infância, quando ouvia e acompanhava os programas do pai, o médico, escritor e teatrólogo Valdemar de Oliveira, na emissora. Para ele, um dos momentos que mais ficou cravado em sua vida foi a cobertura da Segunda Guerra Mundial. "Meu pai colocava um mapa da Europa no chão e a gente acompanhava a movimentação das tropas ouvindo o noticiário", lembrou Reinaldo, celebrando o retorno da transmissão.
Diretor-geral das rádios Clube (AM e FM), Leo Gangana agradeceu as homenagens e comentou sobre a projeção para a nova fase do veículo de omunicação: "Nós vamos fortalecer, com mais conteúdo, integrando com rádio com as novas mídias, com as redes sociais e a internet. Isso é a evolução", disse. Já o vice-presidente do Diário de Pernambuco, Maurício Rands, declarou: "A Rádio Clube AM volta agora restabelecendo a sua conversão com a história, com a vida e com a pernambucanidade. O compromisso é com a nossa gente e com o nosso futuro. É um momento histórico. Pernambuco, através da Rádio Clube, do Diario de Pernambuco e das suas plataformas, está novamente falando para o mundo". O presidente do Diário, Alexandre Rands, compôs a mesa.
A cerimônia contou ainda com a participação do músico Pedro da Silva, mais conhecido como Pedro da Flauta, que se declarou amante do rádio e interpretou, ao vivo, trilhas sonoras icônicas de antigos programas da Clube, como A cidade aflita, sucesso dos anos 1980, e Caixinha de pedidos.
Com informações do Diário de Pernambuco
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