Sexta-Feira, 20 de Fevereiro de 2009 @ 08:11
São Paulo - Evento realizado em parceria com a Rádio Jovem Pan AM destacou a importância do acesso à informação e do apoio familiar para combater esse mal
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) promoveu no dia 17 de fevereiro, em São Paulo, a palestra "Jovem Pan pela vida, contra as drogas", com o apoio da Rádio Jovem Pan AM 620. Os palestrantes foram a psicóloga Miriam Ferreira de Souza, a jornalista Izilda Alves e, como voluntário, um ex-usuário de drogas, que foi identificado apenas como M.F..
A psicóloga Miriam Souza explicou que o dependente químico é portador de uma doença progressiva e que, muitas vezes, o envolvimento com os tóxicos ocorre por negligência familiar. "Os pais nunca querem admitir que o problema está acontecendo dentro da própria casa", disse a psicóloga. Para ela, o vínculo familiar é fundamental para evitar que a situação se agrave. "Pais e mães têm que se antecipar, buscar informações e conversar abertamente com os filhos. Isso cria um elo de confiança e, absorvendo a informação passada pelos pais, o jovem se afasta de situações e locais de risco de envolvimento com entorpecentes", concluiu Souza.
O jovem M.F., de 23 anos, ex-usuário de drogas, deu um depoimento sobre o que vivenciou no período em que usava maconha e crack, e o que o levou a deixar o vício. "Desde os 12 anos eu já roubava, mentia e manipulava minha família. Fui expulso de casa e decidi morar na rua, com outros viciados. Fiquei um mês na cracolândia e cheguei ao fundo do poço", assume. "Resolvi buscar ajuda porque senti que se continuasse vivendo daquela maneira, morreria em pouco tempo. Procurei uma clínica e estou internado há 10 meses, lutando um dia após o outro para não ter uma recaída", disse.
A jornalista Izilda Alves disse que M.F. é um sobrevivente. Ela realiza palestras de conscientização há sete anos e garante que a história se repete, mas muitas vezes, sem um final feliz. "Muitos jovens morrem por causa da droga e de todo o ambiente que a cerca, com a violência e o tráfico", falou. Ela explicou que as pessoas que sofrem com dependência química perdem a família, os amigos e a noção de realidade, e que é necessário um tratamento digno para que possam ser reintegradas à sociedade. "Faltam campanhas massivas e uma postura ativa da rede de saúde pública para tratar os viciados como doentes que são e não como criminosos. Mesmo que a doença leve ao crime, é omissão de socorro permitir que conglomerados de dependentes químicos como a cracolândia possam existir", finalizou.
A palestra integra a "Semana da Qualidade de Vida", promovida pela Comissão Interna para a Prevenção de Acidentes (CIPA) da CDHU. O evento promove encontros para estimular a discussão sobre assuntos referentes à manutenção da saúde no ambiente de trabalho e fora dele, sobre o desenvolvimento de uma postura consciente e a busca de uma sociedade mais saudável.
Carlos Massaro atua como radialista e jornalista. Já coordenou artisticamente uma afiliada da Band FM (Promissão/SP) e trabalhou como locutor na afiliada da Band FM em Ourinhos/SP e na Interativa de Avaré/SP e como jornalista na Hot 107 FM 107.7 de Lençóis Paulista/SP e na Jovem Pan FM 88.9 e Divisa FM 93.3 de Ourinhos. Também é advogado na OAB/SP e membro da Comissão de Direito de Mídia da OAB de Campinas/SP, da Comissão de Direito da Comunicação e dos Meio da OAB da Lapa/SP e membro efetivo regional da Comissão Estadual de Defesa do Consumidor da OAB/SP. Atua pelo tudoradio.com desde 2009, responsável pela atualização diária da redação do portal.