Entidades promovem debate no Dia Mundial de Liberdade de Imprensa

Em celebração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Twitter Brasil realizaram na manhã de quinta-feira (3), no escritório do Twitter em São Paulo, evento com o objetivo de debater o estado da liberdade de imprensa e de expressão no país, bem como a segurança dos jornalistas no desempenho de suas atividades em diferentes campos. O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa foi proclamado pela Assembleia Geral da ONU, em 1993.

Alana Rizzo, jornalista e consultora do Albright Stonebridge Group; Daniel Bramatti, presidente da Abraji; Emmanuel Colombié, diretor do escritório da RSF para a América Latina; Fernando Gallo, head de Políticas Públicas do Twitter Brasil; Janaína Garcia, jornalista e fundadora de Jornalistas Contra o Assédio; e Mariana Pereira, editora do Esportudo.com, repórter da Rádio Trianon e integrante do movimento #DeixaElaTrabalhar, participaram de um painel de debates em que foram levantadas questões como os constantes casos de assédio e preconceito contra jornalistas mulheres. O papel dos jornalistas independentes, a necessidade da criação de mecanismos de proteção para jornalistas no Brasil e as agressões sofridas por profissionais da classe durante coberturas de manifestações pelo país foram debatidas.

"Pelo fato de o Twitter ser uma plataforma pública e em tempo real, as pessoas usam nosso serviço para saber e opinar sobre o que está acontecendo. Nossa missão é permitir que todos possam publicar ideias sem barreiras, pois cada voz tem o poder de impactar o mundo. Por isso, temos trabalhado junto a empresas de mídia e organizações jornalísticas para garantir que o debate sobre a liberdade de imprensa siga avançando", disse Fernando Gallo, diretor de Políticas Públicas do Twitter Brasil, que após o painel de debates conduziu um treinamento sobre boas práticas, segurança e como obter a melhor experiência no uso do Twitter a partir de diversos recursos disponíveis na plataforma.

Consultora do Albright Stonebridge Group, Alana Rizzo destacou dados de pesquisas que mostram a recorrência dos casos de assédio contra as mulheres no exercício da profissão de jornalista e a necessidade de discutir o problema diariamente. O mesmo ponto foi comentado uma das fundadoras de Jornalistas Contra o Assédio, Janaína Garcia, que evidenciou o papel das mulheres em amplificar o debate sobre o tema continuamente. Mariana Pereira, jornalista esportiva integrante do movimento #DeixaElaTrabalhar, chamou atenção para o assédio a mulheres no ambiente do jornalismo esportivo, principalmente dentro dos estádios, além de incentivar que mais profissionais compartilhem suas histórias e não desistam de seu trabalho por conta dessas dificuldades.

Daniel Bramatti, presidente da Abraji, revelou sua preocupação com as agressões a jornalistas sofridas durante manifestações políticas; a presença de legislações restritivas no mundo contra o trabalho da imprensa livre; e a polarização política, que tem gerado críticas indevidas à atividade de veículos de comunicação. Já Emmanuel Colombié, diretor do escritório da RSF para a América Latina, destacou a importância da liberdade de imprensa para a saúde democrática, citando casos de líderes políticos em diversas partes do mundo que tem ameaçado ou perseguido profissionais de imprensa, bem como a importância da atividade de jornalistas independentes, especialmente em localidades menores e não atingidas pela grande mídia. O executivo também comentou o trabalho da RSF em busca da criação de mecanismos de proteção para jornalistas no Brasil.

Para celebrar a data, usuários do Twitter podem usar as hashtags #DiaMundialDaLiberdadedeImprensa, #DMLI2018 e #LiberdadeDeImprensa para se expressar sobre a importância da liberdade de imprensa e ativar um emoji especial.

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa foi proclamado pela Assembleia Geral da ONU, em 1993. Desde então, o dia 3 de maio é a data em que se celebra os princípios fundamentais da liberdade de imprensa em todo o mundo, defendendo a mídia de ataques contra a sua independência e prestando tributo aos jornalistas que perderam a vida no exercício da profissão. Segundo a UNESCO, é uma data para lembrar aos governos sobre a necessidade de respeitar seus compromissos com a liberdade de expressão, e ainda de incentivar e desenvolver iniciativas em prol da liberdade de imprensa.