Segunda-Feira, 23 de Março de 2009 @ 16:03
São Paulo - Futuro é promissor para o meio rádio
Um mercado com faturamento anual de aproximadamente R$ 1,673 bilhão e com crescente participação no segmento publicitário brasileiro. Esses são os resultados apontados por uma pesquisa inédita realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), encomendada pela Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
Os dados do estudo e os desafios para o setor – que espera crescer cerca de 4% este ano – foram os destaques de uma série de encontros promovidos pela Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (AERP) na ultima semana, e que reuniram mais de 300 empresários e executivos de rádio de todo estado do Paraná , nas cidades de Curitiba, Castro, Londrina, Maringá, Francisco Beltrão e Foz do Iguaçu.
Segundo o diretor de relações institucionais da Abert, Flávio Cavalcanti Junior, o setor desconhecia dados importantes, como a sua própria participação no mercado publicitário. Por isso, a pesquisa foi essencial para os empresários terem consciência da força do meio. “Até esse estudo, desconhecíamos qual era o faturamento das rádios no Brasil. Dados extra-oficiais indicavam números bem abaixo da realidade. Desta forma, fica evidente a relevância do meio rádio”, diz.
De acordo com Cavalcanti Junior, o cenário futuro para o segmento é positivo e indica que o faturamento deve continuar crescendo. Para o diretor da Abert, a crise financeira mundial não deve atingir de forma contundente as emissoras de rádio. “Ela é mais psicológica do que real no país. Acredito que não haverá recessão no segmento”, diz. “Um dos motivos é que quem produz tem que comercializar, e só comercializa quem anuncia. Não teremos um ano maravilhoso, com crescimento de 10%, mas a expectativa é crescermos acima dos 4%.”
Desafios futuros
Os encontros também discutiram os desafios a serem superados para que o segmento continue crescendo. Segundo o presidente da AERP, César Teles, os principais problemas enfrentados são o grande número de rádios ilegais e a indefinição sobre as novas tecnologias.
Teles ressalta que a ilegalidade tem sido tratada com vistas grossas pelo governo federal. E, para ele, mais grave do que a atuação de rádios piratas é a das comunitárias ou educativas que agem de forma desvirtuada. “Elas têm a concessão do governo e acabam fazendo a comercialização de anúncios, o que é proibido. Nos grandes centros, essas rádios não chegam a ter grande influência. No entanto, no interior há algumas rádios que deveriam abranger um raio de um quilômetro, mas chegam com sua programação em até duas cidades. Com isto, a concorrência se torna desleal e muitas emissoras AM e FM simplesmente quebram.”
Novas tecnologias
Outro ponto que preocupa o presidente da AERP é a demora para a definição das novas tecnologias que serão utilizadas pelo segmento. De acordo com Teles, enquanto as televisões já estão transmitindo com sinal digital, esta tecnologia ainda não está totalmente pronta para o rádio. “Estes não serão os últimos desafios do segmento, que vem sobrevivendo bem a todos os obstáculos impostos, como o surgimento da televisão e mais recentemente a internet”, comenta.
Para Teles o futuro é promissor, mas é preciso planejamento e união do setor. “Os encontros serviram para preparar os empresários para enfrentar esse cenário de incertezas. Além de podermos discutir as particularidades de cada região. E mesmo com tudo isso, teremos um belo futuro.”
Fonte: Gazeta do Povo
César Porto é jornalista e radialista. Iniciou sua carreira em São Paulo com passagem pela rádio Iguatemi AM da Rede Mundial, entre outras FMs da capital. Atualmente est? na Minas FM 91.5 do Sul de Minas Gerais. Participa da equipe do Tudo Rádio.com desde 2008.