Segunda-Feira, 05 de Novembro de 2018 @ 19:06
Santa Fé do Sul –Emissora está veiculando inserções sobre direitos humanos e combate à discriminação de grupos LGBTQ+.
O Ministério Público Federal em Jales (SP) recomendou que uma rádio de Santa Fé do Sul (SP) veiculasse por 30 dias inserções voltadas aos direitos humanos e ao combate à discriminação de grupos LGBTQ+. O portal G1 informou que entrou em contato com a rádio, Santa Fé FM 100.5, pedindo um posicionamento, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem do veículo online. A rádio tem 45 dias para informar as medidas adotadas por causa da recomendação.
A recomendação foi motivada porque um locutor da Santa Fé FM Santa Fé do Sul teria feito afirmações preconceituosas transmitidas pela emissora em junho durante um programa. Na ocasião, o locutor da atração fez menção ao assassinato de homossexuais e ofendeu espectadores e artistas ao comentar um beijo gay protagonizado numa novela.
Ao todo, deverão ser feitas 10 inserções de um minuto e meio, das 7h às 19h, com conteúdo produzido pelo Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, do Rio de Janeiro. Segundo o MPF, durante o programa, o locutor ofendeu os espectadores que assistiram ao beijo gay mostrado em uma novela, dizendo que "quem assiste um negócio desse é merda".
Ele até fez menção também ao assassinato de homossexuais. "Vai chegar uma hora que nós vamos ter que provar que a gente é hétero, vai chegar uma hora que você vai ter que matar um para falar 'meu filho não'", afirmou o radialista, segundo o MPF.
Ao responder a uma ouvinte, o locutor ainda fez nova referência à violência contra homossexuais, dizendo que "a gente não pode falar que tem que matar no ninho que é crime (risos), mas que tá crescendo demais, tá. É uma viadada demais", concluiu o comunicador.
O Ministério Público Federal acredita que o programa apresentou visão unilateral, estabelecendo uma relação preconceituosa e discriminatória contra os homossexuais. Em sua recomendação, o órgão destaca que o direito fundamental à liberdade de expressão não abrange o discurso de ódio, consistente no ato de desigualar e hierarquizar grupos, em razão de cor, raça, crença e identidade.
Com informações do G1
Carlos Massaro atua como radialista e jornalista. Já coordenou artisticamente uma afiliada da Band FM (Promissão/SP) e trabalhou como locutor na afiliada da Band FM em Ourinhos/SP e na Interativa de Avaré/SP e como jornalista na Hot 107 FM 107.7 de Lençóis Paulista/SP e na Jovem Pan FM 88.9 e Divisa FM 93.3 de Ourinhos. Também é advogado na OAB/SP e membro da Comissão de Direito de Mídia da OAB de Campinas/SP, da Comissão de Direito da Comunicação e dos Meio da OAB da Lapa/SP e membro efetivo regional da Comissão Estadual de Defesa do Consumidor da OAB/SP. Atua pelo tudoradio.com desde 2009, responsável pela atualização diária da redação do portal.