Tendências | Durante o Radio Show, executivos afirmam que o rádio vai bem com o público, mas o desafio é monetizar

O Radio Show, importante evento voltado à radiodifusão que foi realizado em Dallas, nos Estados Unidos, levantou a questão da necessidade de o Rádio passar a ter uma monetização melhor, já que conta com ampla audiência em diversas partes do mundo. Segundo a conclusão do grupo que participou do evento, o rádio continua sendo uma parte vital da vida dos consumidores e agora está aumentando sua influência em novas plataformas e dispositivos.

Apesar de impactar de forma ampla a vida dos ouvintes, o Rádio ainda atrai apenas 6% dos orçamentos dos anunciantes. No evento realizado em Dallas, foi debatido que o maior desafio é atrair novos dólares para a mídia. A discussão contou com os chefes dos três maiores grupos de rádio subiram ao palco para enfrentar "2020 e mais além: idéias do topo".

"Com o consumidor, estamos indo muito bem. Quero dizer, ótimo. Não consigo imaginar nenhum setor que não adoraria onde estamos e o que temos. O problema desse setor é que não monetizamos bem esse público e esse é o foco", disse o presidente e CEO da iHeartMedia, Bob Pittman.

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Pittman também defendeu que o Rádio vendendo suas inserções com preços baixos. O setor precisa desenvolver relacionamentos mais fortes no nível do cliente com os anunciantes de grandes marcas para obter um ciclo de vendas mais longo que eles usam para planejar suas campanhas de mídia, disse Pittman. "Estou realmente otimista de que temos as pessoas certas e estamos chegando lá. Mas seria bom se isso pudesse acontecer um pouco antes", concluiu.

Mary Berner, CEO da Cumulus Media, disse que ficou surpresa com a grande desconexão entre a percepção e a realidade do Rádio. "Fiquei realmente empolgada com os fatos desde que saí da imprensa, onde a desgraça e a tristeza eram realidade. Como uma indústria, precisamos realmente apoiar a convergência entre o Rádio para o streaming de áudio, porque nos permite desenvolver novas fontes de receita e oportunidades de negócios", frisou Berner.

David Field, presidente e CEO da Entercom, disse que o setor, às vezes, perde de vista o fato de que, praticamente, tudo na vida moderna está sendo interrompido pelo digital. "Vemos a TSL caindo em uma quantidade relativamente pequena e ficamos chateados com isso, já que as classificações na televisão estão caindo quase 20% ao ano. O rádio permanece resiliente e sua expansão para novas plataformas está aumentando a audiência, e estamos começando a decifrar o código em nossa capacidade de monetizar isso. O que realmente precisamos fazer é trazer dinheiro para o setor. O podcast pode ser uma porta de entrada para os anunciantes, empolgados com a sensualidade do áudio", ressaltou Field.

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E a música?

Enquanto os serviços de rádio e streaming de música costumam ser agrupados no mesmo balde, Pittman afirmou que os dois são setores completamente diferentes. "Serviços sob demanda, como Spotify e Apple Music, são coleções de músicas, a era digital equivalente aos discos de vinil, cassetes e CDs de ontem. Os consumidores usam sua coleção de músicas para escapar do mundo, enquanto o rádio é usado para descobrir o que está acontecendo no mundo, fazer parte do mundo e sentir que você está recebendo todas as informações e que está sendo pego de surpresa", finalizou Pittman.

Com iinformações do Inside Radio