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Segunda-Feira, 11 de Maio de 2020 @ 15:12

Declaração de governador catarinense provoca notas de repúdio por parte de entidades de radiodifusão 

Florianópolis - Carlos Moisés sugeriu que empresários pressionassem os meios de comunicação, utilizando a situação de anunciantes

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Associações de radiodifusores divulgaram notas de repúdio contra a declaração do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva, feita durante o evento do Lide pela manhã e repetido também na coletiva que fez no fim de tarde de sexta-feira (8). O mandatário catarinense insinuou que a imprensa do Estado deveria ser cerceada por meio da pressão de empresários, na condição de anunciantes dos veículos de comunicação, em torno do que ele considera um "jornalismo decente". ACAERT, AERP, ACI, AMIRT, ABRAJI e ABERT foram algumas das entidades que repudiaram a declaração.

O governador catarinense criticou a imprensa que está fazendo a cobertura do caso dos respiradores comprados pelo Executivo sem licitação e com pagamento adiantado de R$ 33 milhões que ainda não chegaram a Santa Catarina. "O governo foi execrado por pagar adiantado, eles (os jornalistas) fizeram tudo errado. Eu vi jornalistas aqui de Santa Catarina induzindo nas suas entrevistas, como se fosse uma autoridade policial ou um promotor, que estes sim têm que fazer suas oitivas, tem que indagar. Ele (jornalista) fez a persecução criminal, a persecução criminal, na frente das câmeras. Acho que nós precisamos renovar esse conceito", disse Moisés. 

Carlos Moisés chegou a sugerir aos interlocutores que pressionassem os meios de comunicação usando a condição de anunciantes para garantir, nas palavras dele, "um recado muito claro de um jornalismo decente que tem que ser praticado, responsabilizar esses veículos". "Liberdade de imprensa é uma coisa e o que estão fazendo hoje aqui em Santa Catarina (é outra). E os senhores podem me ajudar muito, fica meu apelo. Em todos esses veículos de comunicação os senhores têm propaganda, comerciais, vendem seus produtos", disse Moisés.

Notas de Repúdio

Nota de repúdio – ACAERT

A Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão- ACAERT repudia as declarações feitas hoje pelo Governador Carlos Moisés da Silva durante um evento transmitido ao vivo para empresários em nível nacional. 

Durante o evento, Carlos Moisés da Silva insinuou que a imprensa catarinense deveria ser cerceada através da pressão de empresários, na condição de anunciantes dos veículos de comunicação, em torno do que ele considera um "jornalismo decente".

A ACAERT considera que esse tipo de manifestação demonstra, por parte do governante, um total desconhecimento do papel da imprensa, que tem a obrigação de divulgar toda e qualquer informação que for de interesse público e para o bem da sociedade.

Reforçamos ainda que o segmento não mediu esforços, desde o início da pandemia, para levar a informação precisa aos catarinenses, reforçando os protocolos de segurança das autoridades de saúde e dando ampla divulgação, principalmente, aos esforços do Governo do Estado no combate à COVID-19, que teve horas exposição na programação das principais emissoras de Santa Catarina.

Nos surpreende, portanto, o conteúdo dessas declarações pelo tom de ameaça e as insinuações autoritárias, uma vez que o próprio mandatário elogiou e agradeceu publicamente por diversas vezes em coletivas de imprensa a cobertura profissional que vem sendo feita pelos mesmos veículos que hoje ele pede que sejam responsabilizados por fazerem justamente aquilo que lhes é de obrigação, informar a população. 

Esperamos que prevaleça o respeito com o segmento da comunicação e com a democracia, na qual a liberdade de imprensa é um direito inegociável e não pode sofrer qualquer tipo de pressão ou insinuação por parte de quem quer que seja. Como proferiu a suprema corte americana ao absolver os jornais que divulgaram documentos secretos: "A imprensa deve servir aos governados, não aos governantes".  

Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão – ACAERT

Leia a nota da Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná:

A Aerp (Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná), repudia as declarações feitas, nesta sexta-feira (08), pelo governador do Estado de Santa Catarina, Carlos Moisés. Durante evento virtual, transmitido para empresários de nível nacional, ele criticou o trabalho realizado pela imprensa e sugeriu que os empresários pressionassem os meios de comunicação, utilizando da situação de anunciantes. Compreendemos que as afirmações são uma clara tentativa de cercear à imprensa livre e independente.

As afirmações são lamentáveis levando em consideração o trabalho que vem sendo realizado pelos veículos, neste momento de pandemia, informando a população e auxiliando no combate às fake news.
Atenciosamente,

Michel Micheleto
Presidente

Confira a nota da Associação Catarinense de Imprensa:

A Associação Catarinense de Imprensa (ACI) – Casa do Jornalista vem a público manifestar seu repúdio a qualquer tentativa de cerceamento da liberdade de expressão. Não bastasse a necessidade de se expor a riscos variados para manter a sociedade informada sobre um dos episódios mais dramáticos vividos pela imensa maioria das pessoas em todo o mundo, no Brasil e em Santa Catarina os profissionais de imprensa encaram outro monstro: a intolerância. Esse, diferente do vírus, é demasiadamente humano e intratável.

Mandar a imprensa "calar a boca" não é apenas desrespeitoso, mas também antidemocrático. Em Brasília, o gesto foi feito aos gritos, de forma descontrolada, pelo Presidente da República. Aqui em Santa Catarina, a opção foi por uma reunião virtual com empresários. Usando de truculência ou de pressão econômica, em ambas as situações a intenção era a mesma: matar o mensageiro que traz más notícias, que aponta erros, que alerta para a possibilidade de correção de rumo.

Ainda que os governantes de ocasião não queiram ouvir, vale lembrar que a imprensa tem função: informar à sociedade aquilo que é de interesse público, mesmo que não seja de interesse daqueles que ocupam palácios temporariamente. Isso é liberdade de imprensa!

Associação Catarinense de Imprensa 

Veja a nota da Associação Mineira de Rádio e Televisão:

A Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt) repudia a fala do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), proferida em um evento transmitido ao vivo para empresários em nível nacional, na última sexta-feira (8). Em sua declaração, o governador insinuou que a imprensa do seu estado deveria ser cerceada através da pressão de empresários, na condição de anunciantes dos veículos de comunicação, em torno do que ele considera um "jornalismo decente".

A Amirt, em nome das mais de 400 emissoras filiadas em Minas Gerais, se solidariza com os profissionais de rádio e televisão que vêm trabalhando incansavelmente para levar informação à população e indo às ruas, mesmo diante de uma pandemia. A entidade ainda lamenta o fato de o representante do executivo catarinense não reconhecer que o papel da imprensa, sobretudo sua liberdade para informar o que for de interesse do público.

Reforçamos e lembramos que recentemente, em 3 de maio, celebrou-se o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, data que recebeu apoio do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, durante abertura de reunião, nesta semana. "A data comemorativa foi definida pelas Nações Unidas em homenagem ao art. 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz: todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras", proclamou Toffoli.

Assim como lembrado pelo presidente do STF, a Amirt reitera que para que haja democracia é necessária uma imprensa livre.

Luciano Pimenta Correa Peres
Presidente da Amirt

Mayrinck Pinto de Aguiar Junior
Vice-presidente da Amirt

Tags: Rádio, governador, Santa Catarina, nota de repúdio, radiodifusão

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Carlos Massaro

Carlos Massaro atua como radialista e jornalista. Já coordenou artisticamente uma afiliada da Band FM (Promissão/SP) e trabalhou como locutor na afiliada da Band FM em Ourinhos/SP e na Interativa de Avaré/SP e como jornalista na Hot 107 FM 107.7 de Lençóis Paulista/SP e na Jovem Pan FM 88.9 e Divisa FM 93.3 de Ourinhos. Também é advogado na OAB/SP e membro da Comissão de Direito de Mídia da OAB de Campinas/SP, da Comissão de Direito da Comunicação e dos Meio da OAB da Lapa/SP e membro efetivo regional da Comissão Estadual de Defesa do Consumidor da OAB/SP. Atua pelo tudoradio.com desde 2009, responsável pela atualização diária da redação do portal.



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