Rádios e marcas de mídia aderem ao movimento anti-racismo iniciado nos EUA após o assassinato de George Floyd

Atualizado às 18h49 - O assassinato do norte-americano George Floyd, causado por um policial na semana passada nos Estados Unidos, gerou comoção em diversos setores em todo o mundo, além de uma onda de manifestações anti-racismo no país. No Brasil, diversos artistas e entidades se posicionaram. Emissoras de rádio brasileiras fizeram publicações, já que o tema ultrapassou as fronteiras de diferentes países por ser uma questão ainda não superada em vários locais. Os protestos levantam a bandeira de que há uma instucionalização do racismo na polícia e no judiciário dos Estados Unidos, algo que, segundo manifestantes, também ocorre em outros países.

A Rádio Disney FM 91.3 de São Paulo fez uma publicação em que se posiciona contra o racismo e todas as formas de discriminação. Segundo o post da rádio em seu perfil no Instagram, a emissora defende a inclusão e se une para apoiar funcionários e colegas afrodescendentes e a comunidade negra em todo o mundo.

Outra rádio que também se manifestou foi a Mundo Livre FM 93.9 de Curitiba. Segundo a mensagem postada pela emissora, "a luta é de todos contra o racismo. O mundo é livre e você pode fazer dele um lugar melhor! A discriminação e a violência precisam acabar". Assim como a Rádio Disney, a Mundo Livre FM se posicionou em suas redes nesta segunda-feira (1).

Publicações das rádios brasileiras em seus canais digitais, feitas nesta segunda-feira (1)

Em Salvador, a Piatã FM também aderiu hoje (2) ao movimento anti-racismo ao publicar uma arte sobre o tema e a frase a seguir: "Nós da #RádioDaGente temos um compromisso com os nossos ouvintes, colaboradores, artistas que bombam na nossa programação e os diversos talentos negros que por aqui passaram e reforçamos que #VidasNegrasImportam em qualquer lugar do mundo! Não se calem e contem com a gente! E ah, não se esqueçam: pratiquem o amor. A vida é muito curta para preconceitos!", declarou a FM baiana.

Também em Salvador, a Itapoan FM 97.5 se posicionou com a hashtag #BlackOutTuesday em seus canais sociais.

Outra emissora que se posicionou nesta terça-feira (2) foi a 89 FM A Rádio Rock FM 89.1 de São Paulo. A estação publicou em seus canais a seguinte mensagem: "Este 2 de junho é marcado por um ato de união contra o racismo. O mundo pede uma mudança imediata. É um momento de igualdade, diversidade, união, paz e amor. Não se trata de uma iniciativa de 24 horas, é a concepção de um novo tempo. Chega de violência".

A Alpha FM 101.7 de São Paulo também se manifestou e publicou uma mensagem em suas redes. "A Alpha FM apoia o movimento de união contra qualquer tipo de discriminação racial. Vamos todos dar as mãos e, juntos, mudar a frequência do mundo com ondas de paz, amor e empatia", diz o texto da rádio.

As rádios Band FM 96.1, Nativa FM 95.3 e Rádio Bandeirantes FM 90.9 AM 840 de São Paulo, atualizaram as suas redes sociais com uma imagem especial relacionada ao movimento anti-racismo, se posicionando a favor do ato. As três FMs usaram a mesma arte, apenas alterando o logotipo em suas postagems (veja abaixo uma das publicações).

Postagem feita pelas emissoras do Grupo Bandeirantes em São Paulo. Na imagem acima está a publicação da Band FM

Também através de seus canais sociais, a BandNews FM 96.9 de São Paulo emitiu uma mensagem que diz "Vidas negras importam. Na BandNews FM, somos todos uma mesma voz: de respeito e solidariedade! Rádio não enxerga por cor e nossa sociedade deveria fazer o mesmo". 

Em Belo Horizonte, a BHFM 102.1 convidou a audiência para interagir sobre o movimento através do "Treding Topics BHFM". A rádio perguntou se o ouvinte já sofreu algum tipo de preconceito e, é claro, deixou o espaço aberto para quem se sentir a vontade a se manifestar. E a BH FM afirmou que "não se trata de uma situação momentânea, mas de uma necessidade de mudança imediata. O mundo pede por mais igualdade, união, paz, amor e justica". Algumas respostas serão lidas na noite desta terça, no programa Conexão BH.

Já a Jovem Pan FM 101.7 de Florianópolis realizou na noite de ontem (1) uma publicação no Instagram sobre o movimento. A rádio fez um "stories" com a hashtag "#blacklivesmatter" e hoje fez uma outra postagem, seguindo a linha do #blackouttuesday. Essas duas hashtags são utilizadas pelos manifestantes e pelas marcas que se posicionaram. E, numa linha semelhante, a também catarinense Jovem Pan FM 91.1 de Joinville publicou uma arte com a frase "Vidas negras importam".

Postagem feita pela Jovem Pan FM de Florianópolis, rádio que também aderiu a campanha através do stories no Instagram

Outras rádios brasileiras, como Kiss FM 92.5 de São Paulo, Educadora FM 91.7 de Campinas, FM O Dia FM 100.5 do Rio de Janeiro, Clube FM 105.5 de Brasília, Rádio Gaúcha FM 93.7 AM 600 de Porto Alegre, Clube FM 100.5 de Ribeirão Preto, Dumont FM 104.3 de Jundiaí, 98 FM 98.9 de Curitiba, Hot 107 FM 107.7 do Centro Oeste Paulista, Evangelizar FM 99.5 de Curitiba, Rádio Mix FM 97.9 de Maringá (PR), Maringá FM 97.1 de Maringá (PR), Menina FM 100.5 de Balneário Camboriú (SC) e Nevasca FM 104.1 de São Joaquim (SC), também foram se posicionando ao longo desta terça-feira (2), usando a hashtag #BlackOutTuesday.

Emissoras como CBN FM 90.5, Metropolitana FM 98.5, Rádio Mix FM 106.3 e Transamérica FM 100.1 (estações de São Paulo) também mencionaram a manifestação em suas redes, contextualizando sobre o #BlackoutTuesday.

Rádios e marcas dos Estados Unidos também se manifestaram contra o ato e interrompem suas atividades nesta terça-feira (2)

Além das rádios brasileiras, grupos de comunicação dos Estados Unidos e de outros países também se manifestaram em favor dos movimentos que eclodiram no país após a morte de George Floyd. Emissoras do grupo Capitol (Espanha) se juntaram à campanha "The shows must be paused", que propõe a interrupção de suas atividades em protesto contra a brutalidade que matou Floyd.

Para se ter uma ideia do tamanho e importância da mobilização, as rádios norte-americanas terão suas atividades interrompidas hoje (2), como forma de protesto, carregando a indicação "Blackout Tuesday", que significa a paralização.

O YouTube usou seus perfis nas redes sociais para apoiar a causa e prestar contas do que vem fazendo para ajudar a diminuir a desigualdade social. "Somos solidários à causa contra o racismo e a violência. Quando membros de nossa comunidade se ferem, todos somos feridos. Estamos doando US$ 1 milhão para apoiar esforços em prol de justiça social", disse a plataforma de vídeos do Google.

Publicação feita no perfil geral da iHeartRadio, maior grupo de rádios dos EUA. Também foram feitas várias campanhas e publicações nos perfis individuais de emissoras norte-americanas

Um vídeo da Nike foi compartilhado pela concorrente, Adidas, que usou o Twitter para repostar a mensagem com as frases "Juntos é que vamos para a frente. Juntos é que fazemos a mudança". Assim como as duas companhias, várias outras marcas do universo esportivo também estão utilizando seus perfis nas redes sociais para reforçar seu posicionamento contra o racismo, como a Reebok e a NFL, que também se posicionaram contra a violência que acomete e a comunidade negra. Spotify, Netflix, TikTok, MTV e Under Armour também se manifestaram.

Colaboração de Daniel Starck