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Segunda-Feira, 13 de Julho de 2009 @ 17:00

Estações de rádio on-line e gravadoras fixam novas taxas de royalties

São Paulo – Situação ocorre nos Estados Unidos e sinaliza futuro do setor no Brasil

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O rádio de internet, uma vez em seu leito de morte, deve sobreviver. Na semana passada, depois de uma batalha de dois anos, gravadoras e estações de rádio que transmitem músicas na Rede concordaram em fixar novas taxas de royalties que incorporam o streaming de músicas.

Muitos dos sites de música haviam argumentado que as taxas velhas eram tão altas que os levariam à falência. Isso ainda pode voltar para assombrar as gravadoras, à medida que, para muitas pessoas, os sites estão se tornando uma maneira eficaz de descobrir novas músicas.

– Este definitivamente é o acordo que estávamos esperando – disse Tim Westergren, fundador do Pandora, um dos sites de rádio on-line mais populares, com 30 milhões de usuários cadastrados.

Em 2007, uma comissão federal de royalties decretou que os chamados webcasters, que transmite o streaming, precisavam pagar honorários – que ainda deve subir US$ 0,19 por música no ano que vem – cada vez que fazem o streaming de uma música para um ouvinte. Webcasters disseram que os honorários consumiriam a maior parte de suas receitas, que geralmente são derivadas da venda de anúncios na página do site e em seus streams de músicas, além das assinaturas e taxas cobradas quando um ouvinte compra uma música na loja virtual.

Os sites em questão costumam providenciar streams customizados de música, e não são autorizados a armazenar músicas em seus computadores. Por exemplo, no Pandora, quando usuários teclam o nome de uma música ou cantor, o serviço começa a tocar músicas com características semelhantes.

O novo acordo trata sites de maneiras diferentes, dependendo do tamanho e modelo de negócios de cada um. Isso se aplica às empresas onde a maior parte da renda é derivada do streaming de músicas, portanto, webcasters como a Rádio CBS, que executa serviços de música on-line para o AOL e o Yahoo, não são incluidas neste acordo. Ele cobre o período de 2006 a 2015 para sites grandes e até 2014 para os menores.

Webcasters com grandes rendimentos derivados de anúncios, como o Pandora ou o Slacker, pagarão cerca de 25% de suas receitas, ou uma taxa fixa cada vez que um usuário ouvir uma de suas músicas, começando em US$ 0,08 por música acessada em 2006, e subindo para US$ 0,14 em 2015. O Pandora arrecadou cerca de US$ 19 milhões em verbas no ano passado e espera que esse número suba para US$ 40 milhões neste ano.
 
Sites pequenos, com renda menor do que US$ 1,25 milhão, como o AccuRadio, Digitally Imported e RadioIO, pagarão 12% ou 14% em royalties. Todas as estações terão de pagar uma taxa mínima de US$ 25 mil que podem aplicar nos pagamentos de royalties.

Webcasters também concordaram em fornecer informações mais detalhadas sobre as músicas que tocam e quantas pessoas as ouvem ao SoundExchange, uma organização não-governamental que coleta e distribui royalties digitais em nome de artistas e gravadoras.

Em uma declaração, John Simson, diretor executivo do SoundExchange, disse que as taxas originais disputadas eram "apropriadas e justas", e chamou o novo acordo de "uma abordagem experimental" que dará aos webcasters a oportunidade de testar vários modelos de negócios, e aos criadores de música, de compartilhar no sucesso gerado por suas gravações.

Tim Bajarin, presidente do Creative Strategies, uma empresa de pesquisa e consulta sobre tecnologias, disse que as gravadoras tinham sido excessivamente rígidas ao lidar com sites de rádio como o Pandora.

– Eles claramente não entendem o potencial e o alcance deste meio de comunicação – avalia Bajarin. – Desde o começo, eles deveriam ter sido muito mais flexíveis e reconhecido que trata-se de uma oportunidade para atrair um público muito mais amplo.

Com a audiência de programas de rádio tradicionais encolhendo, rádios on-line tornaram-se um mercado cada vez mais valioso para empresas de música e artistas.

Fontes: Clipping da AESP e The New York Times

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Carlos Massaro

Carlos Massaro atua como radialista e jornalista. Já coordenou artisticamente uma afiliada da Band FM (Promissão/SP) e trabalhou como locutor na afiliada da Band FM em Ourinhos/SP e na Interativa de Avaré/SP e como jornalista na Hot 107 FM 107.7 de Lençóis Paulista/SP e na Jovem Pan FM 88.9 e Divisa FM 93.3 de Ourinhos. Também é advogado na OAB/SP e membro da Comissão de Direito de Mídia da OAB de Campinas/SP, da Comissão de Direito da Comunicação e dos Meio da OAB da Lapa/SP e membro efetivo regional da Comissão Estadual de Defesa do Consumidor da OAB/SP. Atua pelo tudoradio.com desde 2009, responsável pela atualização diária da redação do portal.



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