Terça-Feira, 12 de Novembro de 2024 @ 19:03
Porto Alegre – Evento será realizado no próximo dia 19, a partir das 19h
O Núcleo de Estudos de Rádio (NER) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) realizará, no dia 19 de novembro, às 19h, o “1º NER Pergunta – O rádio é racista?”, um evento on-line e gratuito com o objetivo de discutir o racismo no setor de radiodifusão. O encontro terá a mediação de Valesca Silva de Deus, vice-líder do grupo de pesquisa e doutoranda em Comunicação na UFRGS, e contará com a participação de palestrantes renomados: Antônio Carlos Côrtes, advogado e militante do movimento negro; Denise Cruz, jornalista do Grupo RBS; e Renê Almeida, repórter da Agência Radioweb.
As inscrições podem ser realizadas através do link disponibilizado, e os participantes receberão certificados. O evento, que inaugura uma série de discussões promovidas pelo Núcleo de Estudos de Rádio (NER), é organizado com o apoio do doutorando Lucas Rodrigues Piovesan e do estudante de Jornalismo Breno Touguinha Bauer. O NER é certificado pela UFRGS junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e integra o Programa de Pós-graduação em Comunicação da universidade.
Luiz Artur Ferraretto, professor e líder do grupo, destaca que a proposta visa ampliar o debate sobre preconceitos presentes no rádio, ressaltando a importância da capilaridade do meio para a disseminação de uma maior consciência social sobre diversidade. Valesca Silva de Deus observa que o rádio é historicamente um espaço dominado por homens brancos, reforçando a necessidade de incluir mais negros e pardos tanto na execução quanto na produção de conteúdo. Ela também enfatiza o impacto negativo da baixa representatividade de mulheres negras, que enfrentam racismo e machismo no setor.
Antônio Carlos Côrtes, reconhecido militante e criador do Dia da Consciência Negra, alerta sobre o racismo estrutural, mencionando que radialistas negros são frequentemente marginalizados, sendo os primeiros a perderem seus empregos e os últimos a serem contratados. A jornalista Denise Cruz, por sua vez, ressalta que o racismo permeia o rádio de forma semelhante a outras profissões, criticando a escassez de negros no jornalismo de rádio e a falta de oportunidades.
Renê Almeida, repórter da Agência Radioweb, compartilha uma visão similar, destacando a necessidade de maior representatividade negra tanto nas redações quanto na criação de conteúdos voltados à cultura negra. Almeida reforça que o rádio reflete as lógicas do mercado jornalístico mais amplo, onde profissionais negros ainda são minoria.
O evento será disponibilizado nas redes sociais do Núcleo de Estudos de Rádio: Facebook, Instagram e YouTube, permitindo acesso posterior ao debate e ampliando seu alcance para aqueles interessados em compreender e combater o racismo no rádio.
Carlos Massaro atua como radialista e jornalista. Já coordenou artisticamente uma afiliada da Band FM (Promissão/SP) e trabalhou como locutor na afiliada da Band FM em Ourinhos/SP e na Interativa de Avaré/SP e como jornalista na Hot 107 FM 107.7 de Lençóis Paulista/SP e na Jovem Pan FM 88.9 e Divisa FM 93.3 de Ourinhos. Também é advogado na OAB/SP e membro da Comissão de Direito de Mídia da OAB de Campinas/SP, da Comissão de Direito da Comunicação e dos Meio da OAB da Lapa/SP e membro efetivo regional da Comissão Estadual de Defesa do Consumidor da OAB/SP. Atua pelo tudoradio.com desde 2009, responsável pela atualização diária da redação do portal.