Meta encerra programa de verificação de fatos e adota "Notas da Comunidade" nos EUA

A Meta anunciou nesta terça-feira (7) uma mudança significativa em sua política de moderação de conteúdo. A empresa, dona de plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp, substituirá seu programa de verificação de fatos pelo recurso "Notas da Comunidade", sistema semelhante ao adotado pelo X (antigo Twitter), de Elon Musk. Isso diminui a colaboração com veículos de imprensa tradicionais na verificação de conteúdo e adota outro modelo, com possíveis impactos globais.

O anúncio foi feito pelo presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, por meio de uma publicação no Instagram. "Vamos nos livrar dos verificadores de fatos e substituí-los por Notas da Comunidade, semelhantes ao X, começando nos EUA", declarou. 

Novo modelo de moderação

As "Notas da Comunidade" permitem que usuários adicionem explicações e contexto adicional às publicações, com o objetivo de combater a desinformação e fornecer mais clareza em postagens polêmicas ou potencialmente enganosas. Segundo Zuckerberg, o foco da Meta agora será em filtros que identifiquem violações legais e de alta gravidade. Já casos de menor relevância dependerão de denúncias antes que qualquer ação seja tomada. 

"Isso significa que identificaremos menos conteúdos problemáticos, mas também reduziremos a remoção acidental de postagens e contas de pessoas inocentes", explicou Zuckerberg, ressaltando que os filtros serão aprimorados para maior precisão. 

Além disso, a revisão dos conteúdos postados nos Estados Unidos será centralizada no Texas, enquanto a equipe de confiança, segurança e moderação será transferida para a Califórnia. De acordo com a imprensa especializada no setor, essa mudança poderá sinalizar mudanças de alinhamento na empresa.

Alinhamento com Trump

Durante o anúncio, Zuckerberg fez referência ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, expressando entusiasmo sobre a colaboração no próximo mandato, que começa em 20 de janeiro. "Vamos trabalhar com o presidente Trump para pressionar os governos de todo o mundo, que visam perseguir empresas americanas e implementar mais censura", afirmou.

Zuckerberg destacou ainda que, nos últimos quatro anos, enfrentou desafios devido à pressão do próprio governo americano por mais controle sobre conteúdos nas plataformas. "A única maneira de combater essa tendência global é com o apoio do governo dos EUA", completou.

Outro destaque foi a nomeação de Dana White, presidente do UFC (Ultimate Fighting Championship), para o conselho administrativo da Meta. Conhecido por seu apoio a Donald Trump, White descreveu o presidente eleito como "o ser humano mais firme e resiliente que eu já vi" durante a campanha eleitoral.

As mudanças sinalizam uma nova abordagem da Meta em relação à moderação de conteúdo, alinhando-se a estratégias semelhantes às do X e marcando uma nova fase de relação com o governo norte-americano.

Com informações do portal G1 e da Rede BandNews FM

Imagem: Biblioteca Canva