Quinta-Feira, 05 de Junho de 2025 @ 06:43
São Paulo - Uso de metadados no streaming segue avançando entre as rádios brasileiras; sistema é considerado essencial na competição digital
O uso de metadados no streaming e também em outras aplicações digitais segue avançando entre as emissoras brasileiras. A ferramenta permite o envio de mensagens de texto e outras informações de dados junto ao fluxo de áudio digital, de forma semelhante ao que ocorre com o RDS no FM. Por isso, essa iniciativa passou a ser apelidada de “RDS do streaming” entre os leitores do tudoradio.com. A partir de dados básicos, como nome da música em execução, slogans e até mensagens publicitárias, o uso dos metadados é considerado essencial na competição com outros serviços de mídia digital, como plataformas de streaming de música que já utilizam esse recurso como padrão. O alerta para a adoção da ferramenta é feito pelo próprio tudoradio.com e também por especialistas internacionais.
Em novembro passado, o tudoradio.com publicou uma matéria sobre um alerta feito por David Layer, engenheiro da NAB (National Association of Broadcasters), em publicações especializadas do setor. Segundo ele, os metadados desempenham um papel crucial para garantir uma experiência de qualidade aos ouvintes em dispositivos modernos, que utilizam interfaces digitais para exibir listas de estações. Sem essa funcionalidade, a experiência do ouvinte fica incompleta no rádio, seja pelo dial, em smartphones, smart speakers ou em sistemas automotivos, especialmente considerando a concorrência com plataformas como Spotify, YouTube Music, entre outras.
O uso mais comum de metadados é para a exibição do nome da música, possibilitando que diferentes aplicações leiam a informação e a apresentem em displays de smartphones, smart speakers, TVs conectadas e também em painéis de automóveis. No entanto, também é possível enviar mensagens publicitárias sincronizadas com spots comerciais, slogans das rádios e canais de interatividade. Em alguns casos, os metadados podem incluir imagens, como QR Codes, artes de campanhas publicitárias ou informações sobre os artistas.
Execução do metadados via streaming da Jovem Pan FM de São Paulo, visto com a execução em segundo plano no iOS
Metadado oferecido pela Saudade FM, no APP Tudo Rádio, executado em segundo plano no Android
No Brasil, a prática mais comum tem sido o envio dos nomes das músicas, especialmente por parte de algumas das principais rádios de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Campinas e Ribeirão Preto. Porém, a adoção ainda ocorre em etapas. Inicialmente, muitas emissoras optam por incluir esses dados em seus portais, através de um envio separado ao streaming. Contudo, a recomendação é ativar o serviço diretamente no encoder do streaming, algo simples e disponível na maioria dos servidores existentes. Essa medida impacta positivamente agregadores como o app Tudo Rádio e similares, além de aplicativos próprios, em alguns casos, e diretórios que exibem o streaming em dispositivos conectados.
Na ocasião, David Layer enfatizou que o uso de metadados vai além de uma exigência técnica: trata-se de uma ferramenta estratégica para destacar o rádio no competitivo ambiente digital. “Metadados são fundamentais para o futuro do rádio. Eles conectam a qualidade do áudio à experiência visual que os ouvintes esperam hoje em dia.” Layer recomendou que as emissoras realizem verificações regulares para avaliar como suas informações são exibidas em painéis automotivos, tanto em receptores analógicos quanto digitais, além de smartphones, realizando os ajustes necessários para garantir uma exibição otimizada.
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CarPlay ativo com uma emissora dos EUA executando uma publicidade via metadados de streaming / APP Tudo Rádio
Cuidar desse tipo de experiência não é algo secundário, considerando a crescente demanda por consumo de rádios via streaming no Brasil. De acordo com a plataforma Extended Radio da Kantar IBOPE Media, que monitora 56 das maiores emissoras do país, a média de escuta é de 67,6% via radiofrequência terrestre, com 32,5% já originados no digital. No entanto, entre as líderes nesse tipo de medição, a proporção se inverteu: o streaming representa mais de 60% do alcance, além de ampliar de forma significativa os números consolidados dessas emissoras
Para verificar como o envio de metadados está funcionando, basta entrar em contato com a prestadora de serviço de streaming e também conferir a transmissão por meio do app Tudo Rádio — plataforma lançada em 2023 pelo tudoradio.com em parceria com a KAST, da Khube, e que popularizou os metadados como o “RDS do streaming”. No aplicativo, é possível acompanhar a experiência oferecida pelas emissoras que já utilizam os metadados em seus fluxos digitais.
Metadados da Alvorada FM sendo reproduzido através de conexão bluetooth em sistema automotivo / tudoradio.com
O tudoradio.com tem reforçado junto às emissoras a importância da adoção dessa prática, não apenas por conta do aplicativo, mas por entender que essa iniciativa impacta praticamente todos os pontos possíveis de escuta em ambientes digitais. Isso também inclui o bom uso do RDS no dial FM, com foco direto na experiência do ouvinte diante da concorrência com outras plataformas digitais.
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Uso do metadados para o nome e slogan da emissora, em execução em um smartwatch via APP Tudo Rádio
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> Curiosidade: RDS das emissoras podem ampliar o engajamento da audiência com a mensagem publicitária