Quinta-Feira, 26 de Junho de 2025 @ 06:39
São Paulo - Levantamento mostra que meio domina ambiente veicular, mas precisa ampliar presença com as novas gerações
O rádio AM/FM segue ocupando o primeiro lugar no consumo de áudio na Colômbia. De acordo com o estudo “Consumo de meios e apropriação digital”, elaborado pelo Centro Nacional de Consultoria (CNC), 39% da população escuta emissoras em transmissões ao vivo durante uma semana comum — número superior aos 37% que optam por serviços de música sob demanda, como Spotify, Deezer e YouTube Music. O meio também domina o ambiente veicular: entre os que possuem carro, 80% preferem o rádio como fonte principal de áudio. Apesar da expressiva adesão entre adultos e idosos, o meio vê sua participação encolher nas faixas mais jovens, cenário que exige uma adaptação aos novos hábitos digitais.
Os dados da CNC também apontam que o rádio, que domina as preferências de consumo de áudio, aparece com 74% da audição em receptores AM/FM e 21% via dados de smartphones. O levantamento indica também que 80% dos ouvintes sintonizam em casa, enquanto 7% o fazem em seus carros. Essa diferença tem relação com o tamanho da frota de veículos da Colômbia, conforme apontam especialistas do setor.
Conforme já destacado, o rádio se destaca como o formato de áudio mais utilizado no ambiente veicular. Entre os entrevistados que possuem automóvel (15% da amostra), 80% disseram preferir escutar rádio ao dirigir. Em seguida aparecem os aplicativos de internet (20%), CD/MP3 (13,3%), Android Auto, Apple CarPlay e podcasts (6,67% cada), com a observação de que muitos utilizam mais de uma fonte de forma combinada e o rádio está presente nesse tipo de ambiente via streaming de áudio.
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A pesquisa também destaca um desafio importante, conforme destacado por especialistas do setor na Colômbia: o meio enfrenta queda de adesão entre os mais jovens, com 21% da geração Z (12 a 27 anos) afirmaram escutar rádio AM/FM, enquanto 55% desse grupo consomem música por streaming. Entre os millennials (28 a 44 anos), o rádio registra 35% de consumo semanal, ante 45% das plataformas digitais. Em contraste, a presença do rádio é forte entre os boomers (60 a 78 anos), com 51%, e atinge 60% entre os mais velhos (acima de 78 anos).
Outros formatos também aparecem na rotina dos colombianos, como música própria armazenada (12%), podcasts (10%), audiolivros (5%) e rádio em diferido (3%), ou seja, conteúdo radiofônico acessado posteriormente via apps e plataformas. Vale destacar que os percentuais apresentados não somam 100%, pois cada entrevistado pôde indicar mais de um tipo de consumo semanal.
Diante desse cenário, o estudo reforça a relevância do rádio, sobretudo entre o público adulto, mas aponta a necessidade de adaptação. A diversificação das plataformas, a linguagem multiplataforma e o investimento em distribuição sob demanda são caminhos essenciais para a permanência do meio em um ecossistema cada vez mais digitalizado e fragmentado por geração.
Gráfico mostra os percentuais de consumo de diferentes tipos de áudio na Colômbia | Fonte: CNC
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Com informações do Centro Nacional de Consultoria (CNC), radionotas.com e Newsletter AudioGen 3x3