Terça-Feira, 19 de Agosto de 2025 @ 09:04
São Paulo - Discussões destacaram automação com IA na produção e gestão de acervos e estratégias para transformar a fragmentação das audiências em oportunidades de negócios
Nesta segunda-feira (18), o SET Expo 2025, realizado no Distrito Anhembi, em São Paulo, promoveu dois debates que reforçaram como a transformação digital vem moldando o presente e o futuro da comunicação. O primeiro painel reuniu representantes da Reuters, Google Cloud e CUEZ, que apresentaram soluções de inteligência artificial já aplicadas em redações e operações de mídia, mostrando ganhos em produtividade, curadoria de acervos e automação de fluxos editoriais. Na sequência, um segundo encontro trouxe executivos da Record, Disney, Google e Cazé TV para discutir os desafios da fragmentação das audiências e como a relevância se tornou a principal moeda de valor para marcas e veículos em um cenário multiplataforma.
Inteligência artificial e automação na produção de mídia
O painel “IA na Produção: Automação, Verificação, Arquivamento e Gestão de Assets” destacou a aplicação prática da tecnologia em empresas globais de comunicação. Brad Haynes, da Reuters, ressaltou que a IA é tratada como uma aliada do jornalismo, nunca como substituta, reforçando o compromisso da agência com independência e credibilidade. Ele lembrou que toda produção automatizada passa por supervisão humana e que a companhia investe cerca de US$ 200 milhões por ano em inovação, incluindo o uso de sistemas como GPT, Claude e LLaMA.
Na mesma linha, Rodrigo Pereira da Silva, do Google Cloud, apresentou a plataforma Vertex AI Visual House, criada para otimizar buscas em grandes acervos audiovisuais. O recurso permite localizar vídeos e imagens por meio de vetores contextuais, ampliando o valor comercial dos arquivos e seu uso em publicidade, marketing e redes sociais.
Encerrando a mesa, Aaron Nuytemans, da CUEZ, mostrou um sistema de arquitetura aberta voltado para redações multiplataforma. O destaque ficou para o “agente orquestrador”, desenvolvido em parceria com o Google, capaz de transformar uma notícia simples em um pacote multimídia completo, com textos, roteiros, vídeos e gráficos em poucos comandos. A proposta, segundo ele, é agilizar e escalar a produção sem perder qualidade.
A relevância como nova moeda no ambiente fragmentado
Já o painel “A Era da Relevância: Transformando a Fragmentação em Oportunidade de Negócios” reuniu executivos de grandes grupos de mídia para discutir estratégias de engajamento em um cenário de múltiplas plataformas. Para Teresa Penna, da Cazé TV, relevância está ligada à presença e à construção de comunidade, algo exemplificado pela transmissão digital da Copa de 2022.
Paulo Itabaiana, da Record, apontou que ativos de conteúdo desejados pelo público são fundamentais para gerar conversas e manter a relevância. Giselle Ghinsberg, da Disney Brasil, destacou a importância da escuta ativa e citou o lançamento do personagem Stitch como exemplo de narrativa 360 que se transformou em fenômeno cultural.
O moderador Luís Camargo, conselheiro da SET, reforçou que comunidades e nichos altamente engajados — os chamados fandoms — têm papel decisivo na construção de marcas resilientes. O debate concluiu que a fragmentação, apesar de desafiar modelos tradicionais, abre espaço para inovação, curadoria e conexões culturais genuínas.
Registro do painel “A Era da Relevância: Transformando a Fragmentação em Oportunidade de Negócios” / tudoradio.com
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