Segunda-Feira, 25 de Agosto de 2025 @ 11:27
São Paulo - Estudo aponta mudança nos hábitos de escuta de rádio entre as gerações nos EUA, com destaque para o uso crescente de TVs conectadas entre jovens para acessar streamings
Um estudo divulgado recentemente pela Edison Research revelou mudanças significativas nos hábitos de consumo de rádio AM/FM por meio de dispositivos digitais nos Estados Unidos. Os dados, coletados pelo levantamento Share of Ear 2025, apontam que os alto-falantes inteligentes (smart-speakers) ainda são a principal porta de entrada digital para o rádio, mas destaca-se o avanço das TVs conectadas, especialmente entre os ouvintes da Geração Z (pessoas nascidas aproximadamente entre meados dos anos 1990 e o início dos anos 2010). A pesquisa também mostra que o acesso por desktop caiu, enquanto a escuta via smarphones se mantém estável entre as gerações, essa que é apontada também como um dos pontos que podem acelerar o consumo de streaming.
Segundo o levantamento, o streaming AM/FM passou a ser considerado mais confiável que a transmissão tradicional, inclusive no que diz respeito à credibilidade da publicidade. O relatório também destacou que o tempo de escuta do rádio via smart speakers cresceu 73% desde 2020, reforçando a consolidação desse tipo de dispositivo nas residências norte-americanas — atualmente presente em 75% dos lares. Na sequência, as TVs conectadas registraram aumento de 23% no período, os celulares subiram 8% e o acesso por desktops ou laptops caiu 31%.
A popularização de comandos de voz como “peça para seu smart speaker tocar a emissora X” impulsionou a adesão ao rádio via dispositivos domésticos. No recorte por gerações, os boomers lideram o consumo via smart speaker (38%), seguidos pela Geração X (36%), enquanto os Millennials representam 17% e a Geração Z aparece com 9%.
Já no streaming por computadores, a Geração X domina com 53% do total de minutos consumidos, mantendo um hábito consolidado nas rotinas de trabalho. Os Millennials ficam com 23%, os boomers com 13% e a Geração Z com 11%. O cenário se inverte no uso de TVs conectadas. A Geração Z representa 38% da audiência via esses dispositivos, ligeiramente à frente da Geração X (37%).
Os boomers e os Millennials aparecem com participações menores, de 14% e 11%, respectivamente. A pesquisa aponta que jovens tendem a consumir áudio em ambientes coletivos, usando a TV como um hub de entretenimento.
No caso dos celulares, os dados mostram uma distribuição mais uniforme entre as faixas etárias: boomers (30%), Geração X (29%) e Geração Z (27%), com os Millennials respondendo por 14%. Apesar da penetração ampla, o crescimento da escuta via dispositivos móveis não é tão expressivo quanto em outras categorias.
Outro dado revelado pela Edison, em parceria com a Sounds Profitable, indica que o rádio AM/FM transmitido por streaming conquistou maior credibilidade junto ao público. Segundo o relatório Advertising Landscape 2025, 51% dos ouvintes principais consideram o conteúdo do streaming “geralmente factual e preciso”, contra 47% no caso da transmissão tradicional. O formato também superou o meio convencional em credibilidade dos anúncios (48% contra 47%).
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E por qual razão olhar para lá fora?
O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.
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Com informações do Radio Ink