Conselho aprova R$ 5 milhões para projeto da EBC que vai digitalizar acervo histórico da Rádio MEC

O Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos aprovou um projeto da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), no valor de R$ 5,2 milhões, voltado à digitalização do acervo da Rádio MEC. Os recursos serão provenientes do Fundo de Direitos Difusos, no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A iniciativa tem como objetivo preservar e disponibilizar cerca de 17 mil fitas magnéticas com programas produzidos entre as décadas de 1950 e 1990.

Desde 2014, a Central de Pesquisas, vinculada à Gerência de Acervo e Pesquisa da Diretoria de Conteúdo e Programação da EBC, coordena o atendimento ao público externo e garante o acesso aos conteúdos já digitalizados a pesquisadores, estudantes, produtores, documentaristas e ao público em geral.

Com a aprovação do projeto, será possível digitalizar 17 mil fitas magnéticas de programas que marcaram a história da emissora, como Acervo MEC FM, Arte do Canto, Antologia do Choro, Projeto Seringueiro, A Arte do Piano, Encontro com o Jazz e As Cantatas de Bach, entre outros.

"Em 2023, eu soube da existência do Fundo de Direitos Difusos, na Secacon do Ministério da Justiça. Fui prospectar sobre a possibilidade de pedirmos recursos para a digitalização do acervo da Rádio MEC, que, à época, completava 100 anos. Entendi que a proposta era elegível e, a partir de 2024, iniciamos o processo de submissão ao fundo", relembra Antônia Pellegrino, diretora de Conteúdo e Programação da EBC.

Ela acrescenta que "foi um longo périplo, como tudo na administração pública. Mas o projeto foi aprovado! Estou muito emocionada. Considero esta a entrega mais importante da DICOP. É uma ação que fortalece a memória da comunicação pública, democratiza o acesso à nossa cultura, nutre as nossas raízes como brasileiros e brasileiras. É algo que fica e ficará!"

A execução do projeto de digitalização terá duração de 36 meses, divididos em quatro metas, com oito meses para a conclusão de cada etapa, correspondendo a 25% do total de fitas magnéticas de áudio por fase. O cronograma prevê disponibilização progressiva do conteúdo à medida que cada etapa for finalizada.

Para Maria Carnevale, gerente de Acervo e Pesquisa da EBC, a aprovação representa um passo fundamental para a preservação da memória do rádio público brasileiro. "A iniciativa é essencial para garantir que o acervo sonoro mais antigo da Rádio MEC seja recuperado e se torne acessível às futuras gerações. Dessa forma, a EBC conseguirá preservar vozes, histórias e memórias que marcaram a trajetória de uma comunicação pública voltada para a educação, arte e cultura no Brasil", afirma.

A proposta também enfrenta a degradação natural dos suportes magnéticos e amplia a oferta de conteúdo histórico e cultural para pesquisadores, educadores e produtores, servindo de base para novos produtos e projetos. Está previsto ainda o desenvolvimento de um site para a exposição e o acesso público aos arquivos digitalizados.

Fundada em 1923 como Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e posteriormente rebatizada como Rádio MEC, a emissora é reconhecida como a primeira rádio pública do país e soma 102 anos de existência, consolidando-se como patrimônio da radiodifusão brasileira.

Com informações da Agência Brasil