Jornalistas brasileiros presos no Egito devem voltar hoje ao Brasil

Os dois jornalistas brasileiros que trabalham para a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Corban Costa e Gilvan Rocha, que foram presos ao tentar desembarcar no Cairo, local onde há uma intensa manifestação popular contra o governo egípcio, devem retornar hoje ao Brasil. Os dois tiveram equipamentos confiscados e chegaram a ser torturados psicologicamente, sendo encapuzados e levados para um local desconhecido.

Corban Costa trabalha para a Rádio Nacional FM 96.1 e AM 980 de Brasília, enquanto Gilvan é funcionário da TV Brasil. A embaixada brasileira no Egito tem enfrentado dificuldades e o Ministério das Relações Exteriores protestou contra a detenção dos dois jornalistas de Brasília e diz que espera que as autoridades egípcias tomem medidas para garantir as liberdades civis e a integridade física da população e dos estrangeiros que estão lá.

Os jornalistas foram enviados ao Egito para cobrir os protestos contra o presidente Hosni Mubarak, porém, ao desembarcarem, foram detidos, vendados e tiveram passaportes e equipamentos apreendidos. “A pressão psicológica foi muito grande. Em alguns momentos eu temi pela minha vida, mas graças a Deus nada aconteceu”, disse o jornalista Corban Costa.

Eles ficaram detidos por 18 horas. Depois foram soltos e mandados direto para o aeroporto para embarcar de volta ao Brasil. “Só ficarei, realmente tranquilo, tudo bem, quando eu estiver dentro desse avião”, continuou o jornalista Corban Costa.

De acordo com o Itamaraty, 320 brasileiros vivem no Egito e, pelo menos por enquanto, a maioria não pensa em deixar o país. Dos que pediram ajuda, 30 ainda não conseguiram embarcar. O embaixador do Brasil no Egito reconheceu, em entrevista por telefone, que está difícil dar assistência aos brasileiros.