A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática ouviu ontem o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, sobre os projetos que estão sendo desenvolvidos por sua Pasta em relação à radiodifusão digital. Existe uma descrença do setor sobre a implantação da tecnologia no país, devido o atraso na definição de adoção de um padrão de rádio digital no país, situação que se arrasta nos últimos anos. Agora existe outra possibilidade: criação de um padrão próprio.
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Segundo a Agência Nacional de notícias, Paulo Bernardo informou ontem que é possível haver um sistema de transição na implantação da rádio digital no Brasil, com a existência concomitante de rádios analógicas, mas isso pode gerar custos e diminuir o espectro de transmissão em vez de duplicá-lo, como é possível em um sistema puramente digital.
?Nós fizemos isso com a TV digital. Houve uma negociação com o Japão. Incorporamos algumas mudanças tecnológicas, e esse modelo é vitorioso. Praticamente todos os países da América do Sul o adotaram; acho que só a Colômbia até agora não decidiu por ele?, disse.
Segundo Bernardo, o objetivo do governo é adotar um sistema de transmissão digital para o rádio cujos transmissores e receptores sejam produzidos aqui mesmo no Brasil. O ministro informou que o baixo custo dos equipamentos também é prioridade. Paulo Bernardo não descarta uma solução nacional que possa ser adotada também pelos países vizinhos.
A demora, o alto custo da implantação e dos testes tem desestimulado o setor quanto a implantação do radio digital no Brasil, criando uma descrença sobre a adoção da tecnologia em um curto período de tempo. Emissoras de rádio também reclamam do custo para a aquisição de equipamentos relacionados ao padrão DRM (europeu), além das dúvidas geradas após a realização de testes do Iboc (norte-americano). A radiodifusão brasileira realizou testes dos dois padrões nos últimos anos.
?O padrão de rádio europeu vem sendo desenvolvido em sistema aberto e livre, criado e desenvolvido por um consórcio formado por empresas e emissoras interessadas na digitalização do rádio. Já o padrão americano é um sistema fechado e proprietário, o que traz inconveniente aos radiodifusores, que teriam de desembolsar royalties pelo uso e exploração do sistema?, diz deputado Sandro Alex, que propôs a comissão com o ministro.
Sandro Alex disse que o melhor caminho para o Brasil é um sistema híbrido. ?O problema da escolha americana é que é um sistema fechado. Ficaríamos reféns desse modelo?, afirmou.
O ministro se comprometeu a enviar à comissão informações sobre os testes que já foram feitos pela pasta com sistemas digitais de radiodifusão. A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) disse que a falta de informações sobre esses testes tem gerado insegurança no setor, principalmente nas rádios comunitárias.
A escolha hoje seria pelo IBOC
Paulo Bernardo afirmou que se a decisão fosse tomada hoje, o sistema escolhido seria o IBOC (norte-americano). O que preocupa nesse caso é o exemplo do próprio Estados Unidos. Houve uma baixa adesão da população norte-americana à tecnologia. Outro fator importante será o preço dos receptores, que irão influenciar a decisão brasileira.
?Há restrições quanto ao custo do aparelho, mas ele é mais barato que o europeu. Existem, no entanto, dificuldades de espectro, muitos aparelhos podem ficar obsoletos, e essa é uma questão para ser resolvida no Congresso?, informa Paulo Bernardo.
Hoje, o modelo de rádio digital mais barato nos Estados Unidos custa 49 dólares (R$ 78,40).
Com informações da Agência Nacional
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