O Brasil é o segundo maior mercado de emissoras de rádio do mundo – são aproximadamente 3668 rádios comerciais registradas, sem contabilizar as emissoras comunitárias. Esse mercado deve passar por profundas transformações nos próximos dois anos com a transição do sistema analógico para o digital. Segundo fontes do mercado, o governo federal deve antecipar sua decisão sobre o padrão de rádio que será adotado no país. O anúncio deve ser feito nos próximos dias e a novidade é que, ao contrário do que se imaginava, a escolha não será por apenas um dos sistemas (americano IBOC – da Ibiquity – ou o europeu DRM), mas sim pela composição dos dois em um sistema híbrido: o IBOC com FM e AM e o DRM com ondas curtas.
O Conselho Consultivo da Rádio Digital, criado em março deste ano, reúne-se nas primeiras semanas do mês de agosto. Neste encontro deve finalizar o projeto sobre o Sistema Brasileiro de Rádio Digital, o texto segue para análise do Palácio do Planalto. O sistema híbrido criado a partir da combinação entre o IBOC e o DRM será instituído através de um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva baseado no texto encaminhado pelo Ministério das Comunicações. A fórmula encontrada pelo governo atende às reivindicações dos radiodifusores, mantendo a possibilidade de exploração de ondas curtas - o setor sempre manifestou preferência pelo IBOC por servir tanto para FM quanto para AM, mantendo as mesmas freqüências e bandas das atuais rádios analógicas.
O veículo que faz parte do cotidiano dos brasileiros e que sempre exerceu papel importante na formação de opinião agora chegará aos seus ouvintes com um som semelhante ao de um CD. Este deve ser o grande trunfo dos proprietários de emissoras rádios para convencer a população a comprar os receptores digitais.
A implantação do rádio digital deve trazer impactos também para os mercado publicitário, pois a multiprogramação representará novas possibilidades de exploração do mercado de forma segmentada, além da necessidade de divulgação pela indústria dos lançamentos de equipamentos retransmissores. Os radiodifusores terão que modernizar suas estruturas de transmissão e irradiação. Essa mudança do analógico para o digital vai exigir investimento médio de US$ 120 mil a US$ 150 mil por emissora para compra de transmissores e sistemas irradiantes digitais. Os recursos para esses investimentos viriam de modalidades financiamento que já estão sendo viabilizadas para implantação da TV Digital, que são recursos disponibilizados para os radiodifusores pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de outras modalidades que estão sendo discutidas pelo governo.
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