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Segunda-Feira, 25 de Junho de 2012 @ 15:33

Editorial da Folha de S.Paulo critica imposição da Voz do Brasil

São Paulo – Editorial do jornal cita que programa é “herança de origem fascista”

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O projeto que visa a flexibilização da transmissão do programa governamental Voz do Brasil ganhou mais um apoio. Em seu editorial desta segunda-feira, a Folha de S.Paulo critica a imposição da transmissão do programa e elogia a iniciativa do projeto e, sugere, ainda, a extinção da obrigatoriedade da transmissão e até mesmo o fim do programa.

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De acordo com a publicação, intitulada “A voz de Getúlio Vargas”, o  Brasil carrega em seu DNA institucional várias pequenas heranças de origem fascista. Elas incluem a força despropositada das corporações profissionais, a estrutura sindical baseada em contratos coletivos de trabalho e contribuições compulsórias. Nenhuma, porém, se iguala ao programa radiofônico "A Voz do Brasil", que todas as emissoras do país estão obrigadas a transmitir, de segunda a sexta-feira, sempre às 19h, ritual decrépito que se repete com poucas interrupções desde 22 de julho de 1935.

Ainda segundo a Folha de S.Paulo, a iniciativa se inspira em ideologia das mais totalitárias. O indivíduo não existiria fora do Estado, única instituição capaz de oferecer-lhe os valores de que necessita. O núcleo do poder político se encarregaria de produzir diariamente noticiário de uma hora, com difusão obrigatória. O cidadão até poderia desligar o rádio, mas, se quisesse ouvir algo, não poderia fugir do oficialismo edificante.

O editorial detalha ainda que a cartilha fascista se reproduz até na divisão do programa, que é meticulosamente repartido entre os Poderes da República: o Executivo tem 25 minutos; o Judiciário, cinco; senadores dispõem de dez minutos; deputados federais contam com 20. Num detalhe que resume a essência do corporativismo mussoliniano, às quartas-feiras o Tribunal de Contas da União ganha o seu minuto, cedido às vezes pelo Executivo, às vezes pela Câmara.

A Folha ressalta, porém, a informação da votação da flexibilização da transmissão do programa, dada pelo presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marco Maia, durante o 26º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, como uma boa notícia. A publicação afirma ainda que seria melhor se o Congresso acabasse de vez com a obrigatoriedade e, por que não, com o próprio programa, que custa caro aos cofres públicos.

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Carlos Massaro

Carlos Massaro atua como radialista e jornalista. Já coordenou artisticamente uma afiliada da Band FM (Promissão/SP) e trabalhou como locutor na afiliada da Band FM em Ourinhos/SP e na Interativa de Avaré/SP e como jornalista na Hot 107 FM 107.7 de Lençóis Paulista/SP e na Jovem Pan FM 88.9 e Divisa FM 93.3 de Ourinhos. Também é advogado na OAB/SP e membro da Comissão de Direito de Mídia da OAB de Campinas/SP, da Comissão de Direito da Comunicação e dos Meio da OAB da Lapa/SP e membro efetivo regional da Comissão Estadual de Defesa do Consumidor da OAB/SP. Atua pelo tudoradio.com desde 2009, responsável pela atualização diária da redação do portal.



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