A transmissão do horário eleitoral gratuito tem gerado reclamação por parte dos profissionais do rádio. Tido como “sem importância”, o programa acaba alterando a programação de todas as rádios, que precisam fazer mudanças para retomar a audiência conquistada antes do começo do programa. Mesmo que uma boa parte das rádios tenham a programação pela Internet, o efeito é fortemente sentido no dial.
Previsto para ser veiculado até 4 de outubro, o horário eleitoral gratuito mudou a grade de programação das emissoras. O diretor da Estadão ESPN FM 92.9 e AM 700 de São Paulo, Acácio Costa, afirma que a programação política não tem nenhuma importância. "Alguém ouve e acredita no que eles falam? É explicitamente publicidade! Não há espaço democrático para que as ideias possam aflorar e agregar algo ao ouvinte", critica.
Segundo Acácio, as últimas três semanas têm sido conturbadas na rádio, exigindo pelo menos dez reuniões de alinhamento entre o conteúdo obrigatório e a grade existente. "Em plena era de Internet, a Justiça ainda usa fax para se comunicar com as redações. Temos que deixar uma pessoa 24 horas por dia do lado do aparelho. Do contrário, corremos o risco de perder prazos em caso de notificações e ameaças", revela o direto.
Estar atento às determinações legais é indispensável, segundo o presidente da AESP e executivo da rádio Bandeirantes AM 1170 de Campinas, Rodrigo Neves. Sua recomendação vem amparada pela percepção de que a Justiça Eleitoral é o órgão mais ágil do Poder Judiciário brasileiro. “Eles resolvem tudo em no máximo 48h”, diz o diretor, alertando que o descumprimento da ordem pode significar multas vultosas e, inclusive, o risco de a emissora ser tirada do ar.
Para Costa, o horário eleitoral gratuito poderia ser usado para debates. "A Bandeirantes promove encontros bacanas, que consomem investimentos. O mercado não patrocina e o governo despreza isso na hora de exigir o horário. Você acaba trabalhando duas vezes para os políticos”, lamenta.
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