Radiodifusores da capital paulista participaram nesta quinta-feira do lançamento do site que comemora os 90 anos do rádio no Brasil. O evento foi promovido pela Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Durante o encontro, houve um bate-papo em que o programa A Voz do Brasil foi tema de discussão entre os radiodifusores.
O programa, que é um dos mais antigos do país, foi considerado como “um entulho do autoritarismo” pelos empresários do rádio. Segundo eles, não faz sentido que emissoras comerciais sejam obrigadas a reproduzir o conteúdo. Participaram da discussão os diretores das rádios Bandeirantes AM 1170 de Campinas e FM 90.9, Estadão ESPN AM 620 e FM 92.9 e da Jovem Pan AM 640 e FM 100.9. Rodrigo Neves (que representou a Bandeirantes e também é o presidente da Associação das Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo, AESP), Acácio Costa (Estadão ESPN) e Paulo Machado de Carvalho Neto (Jovem Pan), afirmaram que manter a obrigatoriedade é impedir a prestação de serviço.
Para o diretor da Jovem Pan, emissora que atualmente lidera uma campanha contra o programa do governo, é importante entender que a história evoluiu, o rádio acompanhou as mudanças e o que era necessário nos anos 1940 não se aplica aos dias de hoje. "A veiculação deveria ser opcional. Estamos em uma cidade grande, com problemas sérios de trânsito e deixamos de prestar serviço às 19h em função de um programa feito de uma forma absolutamente discordante". Carvalho critica o formato da 'A Voz do Brasil' que, segundo ele, está desatualizado.
Neves trouxe para o debate a questão da flexibilização do horário, que seria para ele a melhor opção. Se aprovado, o projeto permitirá que as rádios transmitam o programa até às 23h. "Vamos conseguir prestar serviço no horário de 'pico' e continuar divulgando as informações do governo". Ressaltou que é preciso avaliar o quanto antes esta proposta. "Hoje, as emissoras têm que passar o programa gratuitamente e se erram são apenadas com multas pesadas", reclamou. Na visão de Costa, "macaco não costuma serrar o galho onde está pendurado". A analogia foi usada para ilustrar a ideia de que o governo se apropria do tempo das rádios para se promover gratuitamente.
Em São Paulo, uma liminar do Sindicato das Empresas de Rádio e TV do Estado de São Paulo (Sertesp) permite que as rádios afiliadas transmitam o programa em horários alternativos. Desde o início de agosto, a Mix FM 106.3 de São Paulo está transmitindo o programa às 19 horas. Algumas emissoras transferiram o programa para a madrugada, como a 89 FM 89.1, Antena 1 FM 94.7, Bandeirantes AM e FM, entre outras, inclusive rádios do interior do Estado.
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Voz do Brasil, flexibilização, extinção, Senado, Câmara, Brasília