O ministro das Comunicações Paulo Bernardo concedeu entrevista ao site da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) na quarta-feira passada para falar sobre os 90 anos do rádio no Brasil. Na entrevista, o ministro falou sobre a digitalização do veículo e também sobre o projeto que flexibiliza a transmissão da Voz do Brasil.
Paulo Bernardo afirmou ser favorável ao projeto que flexibiliza o horário de veiculação do programa “A Voz do Brasil” nas rádios do país. A medida estabelece que as emissoras poderiam exibir o programa com início entre 19h e 22h. Produzida pela Empresa Brasileira de Comunicação, a Voz do Brasil existe desde a década de 1930 e veicula notícias institucionais dos três Poderes. Conforme Bernardo, a flexibilização democratiza a oportunidade do ouvinte de escolher sua programação.
Para Bernardo, se o Congresso aprovar a medida, o Governo terá que sancionar a lei. “A minha opinião é que se o Congresso aprovar o governo tem que sancionar. É claro que dentro do Congresso tem gente a favor e também contra a flexibilização. A flexibilização valeria muito a pena, acho que não prejudicaria a divulgação dos trabalhos do Congresso, do Poder Executivo e do Judiciário, até porque não deixaria de existir”, ressaltou o ministro.
Em outro ponto da entrevista, Paulo Bernardo afirmou que a escolha do padrão digital de rádio a ser adotado no Brasil deverá ficar para o próximo ano, para evitar precipitação na análise da alternativa mais adequada ao mercado de radiodifusão. “Podemos adiar um pouco a decisão porque nós precisamos ter certeza do modelo a ser adotado, que ele seja viável do ponto de vista de todas as emissoras, não somente das grandes redes de rádio. Precisamos planejar também a transição para as pessoas. É muito bom que o Congresso nos passe o estudo que está sendo elaborado pela Subcomissão do Rádio, que está sendo elaborado na Câmara. Vamos chamar os radiodifusores, a indústria de rádio, precisa-se de recurso pra fazer essa transição, então tem que ter todo um planejamento, vamos viver por alguns anos com os dois sinais”, revelou o ministro.
Paulo Bernardo também falou sobre a migração do AM para os canais 5 e 6, que deverão ser desocupados com a digitalização dos canais de TV. “Estamos fazendo a avaliação técnica mais afinada. Somos favoráveis e achamos que essa migração tem que ser feita, pois não vai prejudicar ninguém, as emissoras que estão em faixas mais altas não serão prejudicadas, as AMs serão reacomodadas. Acredito que assim vamos resolver o problema de rádios que têm décadas de funcionamento. Já visitei emissoras com 75 anos de existência, algumas delas são legendas, as pessoas no interior sempre ouviram, gostam e querem continuar ouvindo” frisou.
O assunto da migração teve continuidade e ele ressaltou que a mudança deve ser bem analisada. “Nós temos o processo de escolha do rádio digital, sobre o que ainda não formamos convicção. A digitalização do rádio é muito mais complicada, porque a emissora tem que ter inicialmente a transmissão analógica, como é hoje, e tem que ter a transmissão digital. Precisa de investimento e a nossa preocupação é com as pequenas emissoras, aquelas que estão no interior do Brasil. E também com o usuário do rádio que precisa ter o receptor digital. Então, essa transição tem que ser muito bem pensada. O que estamos achando é que vamos resolver o problema das rádios que transmitem em AM, nesse percurso vamos continuar discutindo a digitalização do rádio, até porque se quisermos fazer com mais velocidade podemos ter um problema tanto na recepção quanto na transmissão, além de problemas econômicos para fazer a migração por parte dos empresários e dos ouvintes. Quanto (à migração) dos canais 5 e 6 somos favoráveis, acho uma boa medida, as rádios merecem por prestar um excelente serviço”, reforçou o ministro.
Com informações da assessoria de imprensa da Abert
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