O consultor e ex-presidente da Associação das Emissoras de Rádio e Televisão de São Paulo (Aesp), Oscar Piconez, disse que as rádios AMs deverão migrar para “FM estendido” (faixa que irá de 70 a 87 MHz, correspondente aos canais 5 e 6 da TV. A afirmação ocorreu durante palestra ministrada esta semana no Seminário Mato-grossense de Rádio, realizado na capital Cuiabá. Os testes para a migração devem começar em dezembro em São Paulo, segundo informações do presidente da Aesp, Rodrigo Neves. Segundo Piconez, as emissoras chegaram à conclusão que mesmo com a digitalização o sinal da AM dificilmente vai melhorar em função da interferência dos eletrodomésticos dentro de casa. “Quando a pessoa liga uma batedeira de bolo, secador de cabelo ou qualquer eletrodoméstico interfere no som da AM, enquanto no FM isso não ocorre”, completou.
O ex-presidente da AESP informou no seminário que o governo brasileiro aceitou a proposta de migração para essa nova faixa FM e praticamente suspendendo o processo de digitalização das AMs que seria um processo caro e sem a mesma garantia de qualidade no som. Os primeiros testes começam em dezembro, em São Paulo. A migração das AMs seria para uma faixa de Freqüência Modulada (FM) de 70 a 87 MHz que ocuparia o espaço dos canais 5 e 6 das TVs que já receberam orientação para desocuparem esses canais pelo país afora. Neste espaço caberiam 140 rádios AMs. Hoje, as FMs usam a faixa de 87 a 108 MHz.
Para ulização do espaço entre 70 a 87 MHz será necessário que a indústria brasileira supra a demanda de produção de rádios com captação de faixas estendidas. Existem pouquíssimos modelos de aparelhos que captam essa frequência hoje no mercado. Mesmo assim, ainda é mais viável a adaptação do rádio atual do que a digitalização dele, tanto para as emissoras quanto para os ouvintes.
Rodrigo Neves informou em entrevista à rádio Jovem Pan AM 620 de São Paulo que serão feitos testes de transmissão a partir da Avenida Paulista, utilizando a frequência de 77.1 FM e medir alcance, alterando trabalhos com áudio e também mudo, determinando o comportamento da cobertura na capital paulista. Com base nisso poderá ser realizada a realocação de cada rádio AM conforme sua classe e porte (que determina o alcance da estação). Rodrigo também informou que os canais 5 e 6 comportam 140 canais em FM, sendo que o número das estações pode variar conforme a localidade e a distribuição das emissoras. Rodrigo Neves explica que a transmissão apenas de áudio (caso das rádios) ocupa menos espaço no espectro FM do que uma transmissão de TV (áudio e imagem).
Em São Paulo há disponibilidade do canal 6 e em Campinas do 5. Os estados que possuem grandes ocupações nesses canais por TVs analógicas são São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco, sendo considerados os mais difíceis para a realização dessa migração do áudio AM para FM. Rodrigo Neves afirma que resolvida a questão em São Paulo, o resto do país será um passo mais fácil de ser resolvido devido o menor ocupação nos canais de televisão analógica.
Com informações da Aesp e Daniel Starck
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