O Conselho Consultivo do Rádio Digital recebeu, nesta sexta-feira, representantes dos dois padrões testados pelo Ministério das Comunicações e Inmetro em quatro capitais brasileiras. O objetivo foi que tanto o HD Radio (modelo norte-americano) quanto o DRM (modelo europeu) pudessem apresentar mais informações sobre suas tecnologias. De acordo com o diretor de Acompanhamento e Avaliação de Outorgas do ministério, Octavio Pieranti, o debate foi importante para dar mais subsídios ao Conselho Consultivo, criado para auxiliar na implantação do sistema de rádio digital no Brasil.
O grupo tem formação plural, com representantes do Governo Federal, do Poder Legislativo, do setor de radiodifusão e da indústria. “Os padrões se apresentaram e conseguimos fazer um debate franco com todos os segmentos”, afirma Pieranti. Ele ressalta que as reuniões do Conselho Consultivo não se restringem aos membros do grupo e têm contado com ampla participação. “A gente tem deixado a porta aberta para a entrada de qualquer interessado. Isso possibilita que a sociedade brasileira debata o rádio digital e é isso o que estamos estimulando”, diz.
A próxima reunião do conselho, marcada para o dia 13 de dezembro, terá a participação de pesquisadores do Rio de Janeiro que trabalham na aplicação do middleware Ginga no rádio digital. Na ocasião, também será apresentada uma pesquisa sobre o perfil do radiodifusor no Brasil. Os resultados dos testes realizados com o HD Radio e o DRM em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília estão disponíveis no site do Ministério das Comunicações.
Na semana passada, durante audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, o secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo Lins, afirmou que os testes com as duas tecnologias tiveram resultados ruins, especialmente os de FM em alta potência. Além disso, a cobertura do sinal alcançou 70% da que hoje atinge o analógico. “O futuro do rádio é digital, mas esse futuro ainda não chegou. Não temos condições de tomar uma decisão diante desses resultados”, afirmou.
Lins confirmou ainda que os canais 5 e 6 de televisão serão destinados ao rádio AM. Segundo ele, a pasta já trabalha em uma minuta de projeto de lei para permitir legalmente a migração. A transição das emissoras de ondas médias para os canais 5 e 6 permitirá que elas funcionem em uma faixa estendida de FM. Essa foi a melhor solução encontrada para valorizar o rádio AM, que sofre continuamente com interferências, afirmaram os debatedores.
O secretário do ministério disse que o Conselho Consultivo deve aprovar nos próximos dias a realização de novos testes para o rádio digital, desta vez estabelecendo parâmetros iguais para ambas as tecnologias. “Houve variação de potências, a recepção dos equipamentos não era a mesma. A comparação entre os dois sistemas é complexa”, disse Lins.
Tags:
Digitalização FM, Ministério das Comunicações, Rádio, Brasília