A segunda-feira, dia 21, marcou o 152º aniversário de nascimento de Roberto Landell de Moura, o padre-cientista brasileiro que inventou o rádio e foi um dos precursores da televisão e que, em 2012, após decreto sancionado pela presidente Dilma Rousseff, transformou-se no mais novo Herói da Pátria, com seu nome sendo incluído no Livro de Aço depositado no Panteão Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Landell de Moura fez as primeiras transmissões públicas da voz pelo ar, sem fio, no final do século 19, entre a Avenida Paulista e o alto do bairro de Santana, na capital de São Paulo, em evento documentado pela imprensa e presenciado por autoridades brasileiras e estrangeiras.
Nascido em Porto Alegre em 21 de janeiro de 1861, Landell ordenou-se padre, completando seus estudos de teologia, física e química na Itália. Seus experimentos no campo das transmissões de voz começaram nos tempos de adolescência e evoluíram com os estudos, as pesquisas e as diversas experiências que fez ao longo da vida. Contava com pouco mais de 30 anos de idade quando realizou as experiências na Avenida Paulista.
As proezas que conquistou na área da ciência, Landell não alcançou nos campos comercial e empresarial, embora tivesse se esforçado muito para viabilizar seus inventos, patenteados no Brasil e nos Estados Unidos. Enquanto por aqui colhia fracassos em todas as tentativas de viabilizar economicamente os seus inventos, Guglielmo Marconi brilhava como cientista e empresário, a ponto de, inventor do telégrafo sem fio, ser também confundido como inventor do rádio, inclusive no Brasil, onde comprovadamente a experiência de Landell de Moura foi pioneira, como aponta a documentação existente no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande Sul.
Há três anos, Landell vem tendo a sua memória resgatada, fruto do esforço do Movimento Landell de Moura, que propugna seu reconhecimento oficial pela História do Brasil e a inclusão de sua saga no currículo obrigatório do Ensino Fundamental. Entre as conquistas valiosas para a preservação e recuperação de sua memória estão a inclusão de seu nome no Livro dos Heróis da Pátria, projeto que teve as participações dos senadores Sérgio Zambiasi e Ana Amélia Lemos, antes da sanção da presidente Dilma Rousseff; a emissão de um selo dos Correios alusivo ao sesquicentenário de seu nascimento, em 21 de janeiro de 2011; a concessão do título de Cidadão Paulistano post mortem pela Câmara Municipal de São Paulo; e a inauguração de placa em um dos locais das experiências, o pátio do Colégio Santana, em homenagem ao seu pioneirismo nas telecomunicações, doada pelo então vereador paulistano Eliseu Gabriel, também autor da proposição do título de cidadania. A parte disso, multiplicaram-se pelo País, particularmente no Sul, onde ele nasceu, eventos sobre sua história e seus feitos.
Um abaixo-assinado com milhares de assinaturas foi entregue no final de 2011 ao então ministro da Educação, Fernando Haddad, pleiteando que o Conselho Federal de Educação inclua a saga do padre-cientista no currículo obrigatório do Ensino Fundamental. O assunto continua pendente e agora os organizadores do movimento, com o apoio da senadora Ana Amélia, vão retomar o pleito junto ao atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Com informações do Observatório de Imprensa
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Padre, Landell de Mouro, inventor do rádio, homenagem