O Conselho Consultivo do Rádio Digital se reuniu pela primeira vez no ano nesta quinta-feira, em Brasília. Entre os assuntos abordados na região, estão os novos parâmetros para realização de mais uma bateria de testes de rádio digital pelo Ministério das Comunicações. O coordenador da Câmara Técnica de Análise de Testes do Rádio Rigital e engenheiro do Minicom, Flávio Lima, apresentou um relatório preliminar que define uma abordagem distinta em uma tentativa de adequar melhor os testes a realidade da radiodifusão brasileira.
O objetivo é conseguir resultados mais substanciais que dêem ao rádio digital uma vantagem expressiva sobre a cobertura analógica, o que significaria um compromisso entre qualidade e área de alcance. Os testes realizados no ano passado não foram suficientes para definir com segurança um padrão de rádio digital para o país, principalmente porque a cobertura do sinal, quando comparada a analógica, foi insatisfatória nos testes. Os executivos do consórcio europeu DRM sinalizaram durante a reunião que, se os testes forem mesmo confirmados, irão participar. Já o HD rádio não chegou a se manifestar.
De acordo com a Gerente de Tecnologia da Abert e uma das representantes da radiodifusão no Conselho, Monique Cruvinel, o setor alertou para a necessidade de ampliar os testes para as plataformas móveis pessoais, tais como celulares e tablets. “Já sabemos que a área de cobertura para os receptores de mesa é maior que aquela para veículos, e que esta é maior que a de celulares. O intuito nesse momento não é chegar a uma cobertura de recepção de rádio em celulares igual a total analógica de hoje, mas garantir que a transição para digital traga ganhos que suportem um modelo de negócios que começará com investimentos pesados em infra-estrutura. E um desses ganhos é a presença do rádio nesses aparelhos móveis pessoais.”, afirma. A pedido da EBC, as rádios de ondas curtas também serão incluídas na próxima etapa.
Os técnicos do conselho estão catalogando quanto cada aplicação demandará de taxa de dados em um canal. Essas aplicações podem ser, por exemplo, serviços de informações sobre trânsito, alertas de emergência, textos ou imagens. A listagem vai servir para os estudos de viabilidade do modelo de negócios para a radiodifusão sonora. Isso porque, explica a engenheira, devido à capacidade limitada de cada canal, não será possível agregar todos esses serviços e permanecer com a mesma qualidade de áudio ou de cobertura, por exemplo.
Será necessário entender como canal de áudio e dados interagem no sistema brasileiro de rádio digital. “Não há milagres”, afirma Monique. "O FM poderá transportar mais dados que o AM, razão pela qual a qualidade de áudio daquele será superior a esse, mas precisamos nesse momento ver se as aplicações e serviços oferecidos pelos padrões agregam valor sem comprometer o áudio da emissora”, completa.
Outra novidade é que, assim como o consórcio DRM demonstrou no ano passado, a Tell-HD – representante brasileira do HD Rádio – apresentou um documento mostrando a integração do middleware ginga na plataforma norte-americana.
Com informações da assessoria de comunicação da Abert
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