Em uma audiência pública realizada na semana passada em Brasília, o ex-governador do Mato Grosso e atual deputado federal Júlio Campos (DEM-MT) pediu providências para evitar a extinção das emissoras AMs com dificuldades após o surgimento do FM digital. O parlamentar, que integra a subcomissão do rádio digital, manifestou sua preocupação com as dificuldades de manutenção no mercado das emissoras AM ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Campos ressaltou a importância da aprovação do relatório produzido na subcomissão criando um marco regulatório para o setor. “Se não houver uma providência séria, rápida desse ministério as rádios AM do Brasil irão falir. Com a presença forte das FMs digitalizadas as emissoras AM serão extintas. Então, o ministro prometeu acolher o relatório que foi feito pela subcomissão da rádio digital para que possamos transformar esse documento em uma lei, em um novo marco regulatório para as rádios AM de todo o País. Assim, iremos salvar o segmento que gera emprego e renda no nosso País”, pontuou Júlio Campos que lembra que o relatório foi fruto de muita discussão e pesquisa no Brasil, Europa e Estados Unidos.
Durante a audiência pública, o deputado também fez um apelo ao ministro Paulo Bernardo para que os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) sejam de fato empregados na expansão da banda larga no País. “Uma das grandes bandeiras dessa comissão e minha também é a utilização do fundo constitucional que hoje é cobrado para disseminar a presença da banda larga no interior brasileiro, nas escolas públicas, nos locais que não têm acesso e o ministro disse que tem mais de R$ 1 bilhão do fundo que até hoje não foi distribuído. Segundo ele, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento têm dificuldade em liberar os recursos para o seu ministério”, protestou o parlamentar.
Uma outra audiência pública foi realizada na segunda-feira, dia 29, na sede da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Esta foi a primeira audiência pública a discutir o tema no estado, que já vem sendo debatido por um conselho consultivo criado pelo governo federal no ano passado.
Vale lembrar que a migração para os canais 5 e 6 deve seguir o seu curso independentemente da digitalização do rádio, defendeu o secretário. “O rádio AM não pode esperar”, afirmou. A tese também foi sustentada pelo diretor-geral da ABERT, Luís Roberto Antonik. “Queremos digitalizar o rádio, sim, mas primeiro temos que ter uma solução imediata para o rádio AM no Brasil”, defendeu.
A transição das emissoras de ondas médias para os canais 5 e 6 permitirá que elas funcionem em uma faixa estendida de FM. Essa foi a melhor solução encontrada para valorizar o rádio AM, que sofre continuamente com interferências, afirmaram os debatedores.
Com informações do site O Nortão
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