O promotor de Ibirubá, Mauro Rochenback, disse ao portal G1 que os suspeitos de adulterar o leite no Rio Grande do Sul, utilizavam uma emissora de rádio para fazer a comunicação entre os caminhoneiros que transportavam o produto. Segundo o promotor, a música pedida na rádio, com dedicatória, servia como código para orientar os motoristas.
Segundo o promotor, como o sinal de celular na região é ruim, a alternativa era utilizar as ondas da rádio Amizade FM 96.7 de Ibirubá para a comunicação com caminhoneiros do transporte do produto. A música pedida, com dedicatória, servia como código. "Eles tinham esse código. Como na região existe dificuldade em falar por telefone, eles usavam esse recurso para se comunicar. Ligavam para a rádio e diziam que queriam oferecer uma música para tal pessoa, e aí aquela pessoa sabia para onde tinha que ir, ou então para onde não poderia ir", disse o promotor.
No entanto, Rochenback entende que essas escutas não sejam parte importante na investigação. Ele recebeu a informação das escutas, mas ainda não ouviu a gravação. "Não escutei ainda, não faz muita diferença, não tem as identificações. O estilo musical escolhido era o sertanejo", acrescentou.
Acostumado a tocar música sertaneja na rádio, o radialista Carlos Cézar se surpreendeu ao saber que as ondas da emissora eram usadas para maquiar o esquema de fraude no leite, revelado pelo Ministério Público nesta semana. Apesar de ser a mais tocada em alguns momentos, ele garante nunca ter desconfiado que “Caminhoneiro”, de Chitãozinho e Xororó, poderia servir como senha para avisar motoristas de caminhão sobre a presença de fiscais.
Ele disse que ainda que a música chegava a ser a mais pedida na rádio em alguns horários. “As pessoas pedem a música e normalmente dedicam para alguma pessoa. Nesse caso, dedicavam para amigos. Essa música era bem frequente, estava entre as mais tocadas em alguns momentos. Mas a gente nunca desconfiou”, relata o radialista ao G1. “O assunto está repercutindo bastante na região. Virou motivo de piada entre os moradores”, conta. Apesar dos pedidos de música não levantarem suspeitas, o esquema de fraude no leite já era um assunto que preocupava a comunidade antes das investigações do MP.
Com informações do portal G1
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