Durante a manhã e início da tarde desta segunda-feira, mais de 500 radiodifusores de todo o Estado, juntamente com autoridades nacionais, estiveram presentes nas palestras do 22º Congresso Gaúcho de Rádio e Televisão da Agert, que teve como tema central "Capacitando pessoas, Integrando Mídias".
Uma das palestrantes do dia foi Martha Gabriel - um dos mais influentes nomes do marketing de relacionamento na era digital – que afirmou que o bem mais valioso do futuro será a atenção e para isso é preciso ser relevante. Segundo ela, vivemos o momento da internet "das coisas", em que "tudo conversa com tudo": Casa, carro, internet. São os produtos smarts. "No futuro até o vaso sanitário será smart. E quem catalisa tudo isso, é a tecnologia. É preciso estar preparado", alertou.
Neste cenário, diz Martha, as pessoas têm a vida fragmentada, sendo cada vez mais difícil saber onde elas estão. "79% das pessoas são impactadas com as mídias tradicionais, mas buscam na internet e nas redes sociais, mais informações sobre aquela notícia. Se você não estiver integrado com essa mídia, você perdeu o elo com o consumidor e é capaz de mandá-lo para o concorrente". Ela complementa: "hoje são as pessoas que buscam as empresas e é preciso ser encontrado. A intermediação está morrendo porque as pessoas vão direto à fonte".
Para ela, o digital sabe o que a pessoa quer, mas quanto mais informação, menos atenção. "É o fenômeno da economia de atenção", diz. Por isso, segundo Martha, o bem mais valioso do futuro é a atenção e não a audiência. E a melhor maneira de ganhar a atenção é sendo relevante. "A relevância é o imã da atenção. Se você não é relevante, você é ruído e ruído atrapalha", adverte.
Por fim, o jornalista e escritor Luiz Ferraretto abordou os cenários para o rádio no século XXI e destacou a importância de pensar novos formatos de conteúdo para o meio. "O mercado tem sabido formatar conteúdo ou vai apenas pouco além da segmentação?". Esse foi um dos questionamentos mais marcantes apresentados pelo jornalista Luiz Artur Ferraretto durante palestra na tarde desta segunda-feira, 14/10, no 22º Congresso da Agert. Ferraretto é doutor em Comunicação e professor da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e falou sobre cenários para o rádio no século XXI.
Para Ferraretto, as redes sociais agregam, mas não capazes de solucionar problemas como a geração de conteúdo atraente aos ouvintes. "É preciso pensar conteúdo, pois só assim podemos pensar o futuro do rádio", defende. Ele exemplificou que durante os protestos de junho, não foi a TV ou as redes que transmitiram informações em tempo real de maneira mais eficiente. Para o jornalista, o rádio é o meio que faz contato direto: "o rádio fala e as redes potencializam".
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