Quinta-Feira, 07 de Janeiro de 2021 @ 07:29
São Paulo - Setor vive expectativa da possibilidade de uso do eFM (FM estendido) neste ano, que colocaria os maiores mercados do país no mapa da migração AM-FM
Análise - Nada mais natural do que realizar projeções e ter expectativas para um ano que foi iniciado há poucos dias. E para 2021, além das tendências apontadas numa eventual retomada econômica do país, o rádio brasileiro também vive a expectativa de poder contar com suas maiores praças no processo de migração AM-FM, este que tem mudado as características de vários mercados. Para ter São Paulo e Rio de Janeiro neste jogo, por exemplo, é necessário o uso do eFM (faixa estendida de FM), algo que poderá ser uma realidade neste ano.
No final de 2020, o mercado acompanhou a liberação da consulta pública de número 70, que trata justamente do uso do eFM para a migração AM-FM nas áreas onde o FM tradicional já está congestionado. É aconteceu o esperado: o setor mergulhou nesses dados, fez os comentários a partir de vários estudos e, segundo informações apuradas pelo tudoradio.com, ainda existem espaços no FM convencional para contemplar migrantes de vários mercados, principalmente no interior dos estados do centro-sul do país.
Resultado: a expectativa para este primeiro trimestre é de que o rádio conheça as faixas definitiva em eFM que serão utilizadas em praças como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador, entre outras, assim como aqueles mercados que ainda serão contemplados com ajustes na faixa FM convencional.
Recomendamos:
> Respostas do que esperar para 2021 ainda podem estar no que aconteceu em 2020
> Levantamento: Com mais duas rádios em São Paulo, migração AM-FM se aproxima de 750 rádios ativas em FM
De qualquer forma, a migração AM-FM tem um forte impacto no setor. Por um lado, pode ampliar a concorrência entre as emissoras já existentes, mas também tem ampliado a oferta de formatos de programação em diferentes regiões, o que aquece o setor. Para a audiência, principal ativo do meio, o processo tem sido positivo, ampliando a oferta de opções. Nos mercados onde a variedade de formatos é maior, o alcance do rádio tende a crescer.
Claro que os benefícios comerciais desse processo passam por vários pontos distintos: eventual retomada econômica no país, a construção da audiência em eFM para as rádios que utilizarem essa nova faixa, a aquisição de receptores capazes de sintonizar as sintonias estendidas (a oferta de receptores no país é crescente, inclusive pela indústria automotiva), capacidade de divulgação das rádios sobre as novas frequências, entre outros detalhes importantes.
A aceleração da migração AM-FM em 2021, hoje que conta com mais de 750 rádios em FM convencional mapeadas pelo tudoradio.com, também é somada a outros fatores de modernização vividos pelo rádio brasileiro. A atuação multiplataforma (entre on e offline) para a distribuição de conteúdo, aproveitando o avanço tecnológico, tem funcionado como fatores determinantes no fortalecimento do rádio. Basta lembrar que, apesar das dificuldades impostas pelos fatos de 2020, o rádio cresceu em relevância, algo que é base de sustentação para o meio.
Quem já migrou do AM para o FM?
> Confira aqui a lista de AMs que já estão ativas no dial FM, além do número de estações por estado
> Veja e ouça on-line todas as emissoras em FM e AM do Brasil. Acesse os dials tudoradio.com
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.