Terça-Feira, 10 de Dezembro de 2024 @ 09:07
São Paulo - Novo estudo especial com tendências para 2025 aponta que o alcance do rádio segue importante, mas existem desafios na convergência entre o meio e o digital
O estudo "Media Trends & Predictions 2025", divulgado na semana passada pela Kantar IBOPE Media, destaca importantes tendências para o setor de áudio digital e rádio, apontando caminhos para inovação e fortalecimento em um ambiente competitivo e em constante transformação. Entre os principais pontos, estão o fortalecimento do rádio tradicional como uma fonte confiável de conteúdo, a expansão das plataformas digitais de áudio e o impacto crescente dos podcasts na relação entre marcas e consumidores. Já para a mídia geral, apesar das incertezas, o otimismo prevalece, com um investimento publicitário global previsto para alcançar US$ 1,07 trilhão em 2024, marcando o maior crescimento em seis anos, o que deixa o setor animado com as possibilidades para 2025.
De acordo com o estudo, o alcance do rádio permanece robusto e relevante, consolidando-se como um meio ao vivo que fomenta conexões e comunidades por meio da escuta compartilhada. Ao mesmo tempo, a integração com plataformas digitais, como serviços de streaming e podcasts, tem sido crucial para ampliar a audiência e atrair novos públicos. O estudo destaca que o rádio tem explorado modelos híbridos que combinam transmissões lineares com conteúdo digital sob demanda, criando um ecossistema mais diversificado.
Com a fragmentação do consumo de mídia, as marcas de rádio têm buscado diversificar suas ofertas, abrangendo formatos como eventos ao vivo e programas exclusivos para streaming. O estudo aponta que essa abordagem é fundamental para captar diferentes perfis de audiência e maximizar o potencial de monetização. Além disso, a confiança do público no rádio como uma fonte de conteúdo selecionado é um ativo importante em um cenário marcado por preocupações com desinformação em outras plataformas.
A crescente diversificação da experiência auditiva também traz desafios para a medição e monetização. As marcas de rádio precisam encontrar formas eficazes de avaliar o impacto de suas estratégias em um ambiente multiplataforma. Além disso, a saturação de mercado e a proliferação de novos programas dificultam o destaque de iniciativas inovadoras. Apesar disso, o relatório enfatiza que o rádio continua sendo uma plataforma confiável, com potencial para combinar transmissões lineares e digitais de maneira eficaz.
Já os podcasts continuam a crescer em popularidade e se consolidam como um formato intimista, permitindo uma conexão mais próxima com os ouvintes. Eles também oferecem um canal eficiente para marcas, uma vez que os ouvintes frequentemente demonstram interesse em produtos mencionados por apresentadores. Essa combinação de autenticidade e impacto direto fortalece os podcasts como uma ferramenta valiosa para engajamento e conversão.
Em resumo, o áudio digital e o rádio estão em um momento de transformação, com oportunidades significativas para expandir sua relevância e impacto. A combinação de confiabilidade, conexão com a audiência e inovação tecnológica será essencial para impulsionar o setor rumo a um futuro sustentável e integrado, de acordo com o estudo "Media Trends & Predictions 2025”.
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Setor de mídia em transformação: Tecnologia, confiança e novos caminhos em 2025
O setor de mídia global atravessa uma fase de profundas mudanças impulsionadas por inovações tecnológicas, alterações nos hábitos de consumo e um cenário econômico desafiador. O relatório "Media Trends & Predictions 2025" aponta que, apesar das incertezas, o setor está otimista, devido ao já citado valor de investimento publicitário de US$ 1,07 trilhão em 2024, melhor marca em seis anos.
Entre os fatores que moldam o futuro da mídia, destacam-se a crise de confiança, a necessidade de adaptação às novas tecnologias e a centralidade das pessoas. Enquanto a inteligência artificial (IA) gera entusiasmo ao transformar a criação de conteúdo e as estratégias de engajamento, também impõe desafios éticos e regulamentares. Ferramentas como data clean rooms, que oferecem análises seguras de grandes conjuntos de dados, surgem como soluções para proteger a privacidade do consumidor e permitir estratégias mais precisas.
A convergência entre plataformas redefine o consumo de mídia, desafiando as empresas a simplificar nomenclaturas e entregar experiências unificadas. O crescimento de canais híbridos, como Connected TV (CTV), reflete essa tendência, com um aumento de 19,6% nos investimentos publicitários em 2024, atingindo US$ 35,2 bilhões. Modelos de negócios mistos, que combinam assinaturas e anúncios, também se consolidam. Por exemplo, 58% dos consumidores globais afirmam estar dispostos a aceitar anúncios em troca de custos reduzidos em serviços de streaming.
Já a IA ganha protagonismo na geração de conteúdo hiper-realista, ampliando as possibilidades criativas e de engajamento. No entanto, sua ascensão traz preocupações relacionadas à desinformação e à autenticidade. Plataformas como Amazon e ITV já exploram o uso da IA em anúncios e produção de mídia, enquanto consumidores expressam receios sobre o impacto da tecnologia na realidade social.
O estudo também aponta que a medição de audiência evolui para atender a um cenário fragmentado. Soluções híbridas, que combinam big data e painéis representativos, fornecem insights mais detalhados sobre comportamentos de consumo. Exemplos incluem o Project Lantern no Reino Unido e a iniciativa Numeris no Canadá. Além disso, os esportes mantêm sua relevância como catalisadores de audiência, com as Olimpíadas de Paris 2024 marcando recordes globais de visualização.
Tendências para 2025
As empresas de mídia são desafiadas a equilibrar inovação tecnológica com confiança e criatividade humana. Modelos colaborativos, como os de medição cross-media, são vistos como cruciais para otimizar campanhas publicitárias e alcançar audiências diversificadas. Além disso, a integração de IA em processos criativos e de análise promete moldar um setor mais ágil e centrado no consumidor.
O relatório conclui que, para prosperar em 2025, o setor de mídia deve adotar uma abordagem equilibrada entre tecnologia de ponta e conexão humana, promovendo resiliência e inovação sustentável em um ambiente de mudanças constantes.
Confira o estudo na íntegra: clique aqui.
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Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.