Quinta-Feira, 18 de Setembro de 2025 @ 19:59
São Paulo - Trump volta a atacar emissoras ao sugerir revisão de licenças em meio a polêmica com a FCC e a suspensão do programa de Jimmy Kimmel
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta semana acreditar que emissoras de rádio e televisão podem ter suas licenças de transmissão revogadas caso mantenham uma cobertura predominantemente negativa sobre ele. A declaração ocorre em meio a uma série de controvérsias envolvendo a Comissão Federal de Comunicações (FCC), a suspensão do programa Jimmy Kimmel Live! pela ABC e a demissão de uma produtora de rádio em Las Vegas após comentários online sobre o assassinato do comentarista conservador Charlie Kirk. Trump já havia defendido a revogacão de licenças por "cobertura injusta". E o presidente da FCC falou recentemente que reguladores têm legitimidade para cobrar maior responsabilidade de veículos de comunicação tradicionais, diferentemente das plataformas digitais.
Trump citou que teria recebido “97% de críticas negativas” durante a eleição presidencial de 2024, mesmo assim conquistando vitória nos sete estados-pêndulo e no voto popular. “Eles estão obtendo uma licença, eu acho que talvez a licença deles devesse ser retirada”, disse.
O presidente norte-americano sugeriu que as emissoras deveriam solicitar periodicamente a renovação de suas licenças, condicionando a concessão a uma cobertura mais equilibrada. Ele também afirmou que a ausência de vozes conservadoras na grade de programação poderia ser motivo para a retirada da autorização de operação.
“Quando você tem uma emissora com programas noturnos e tudo o que eles fazem é atacar Trump, é só isso que eles fazem. Eles têm a licença. Não têm permissão para fazer isso. Eles são um braço do Partido Democrata”, declarou.
Apesar do tom crítico, Trump ressaltou que a decisão caberá ao presidente da FCC, Brendan Carr, a quem descreveu como “patriota” e “durão”. O chefe do Executivo também voltou a atacar Kimmel, chamando o apresentador de “maluco” sem talento.
Polêmica com Jimmy Kimmel amplia tensão
A suspensão do programa Jimmy Kimmel Live! pela ABC, após comentários sobre o assassinato do comentarista conservador Charlie Kirk, desencadeou uma forte reação em Hollywood. Sindicatos como a WGA e a SAG-AFTRA acusaram a emissora de censura e alertaram para riscos à liberdade de expressão.
Além da pressão de grupos de mídia como a Nexstar, a FCC também sinalizou a possibilidade de sanções às afiliadas que mantivessem a exibição do programa, incluindo risco de perda de licenças. O episódio intensificou o embate entre indústria do entretenimento, reguladores e Casa Branca.
Las Vegas registra caso paralelo e FCC debate papel das redes sociais
Em meio à polêmica, uma produtora de rádio em Las Vegas foi demitida após publicar comentários considerados ofensivos sobre o assassinato de Charlie Kirk. O caso reacendeu críticas sobre o papel das redes sociais, acusadas de incentivar conteúdos divisivos por meio de seus algoritmos.
Durante o Politico AI & Tech Summit, o presidente da FCC, Brendan Carr, afirmou que o governo federal não deve intervir diretamente sobre postagens em plataformas digitais, destacando que a tradição norte-americana de liberdade de expressão protege a maioria dos discursos. Ele ressaltou ainda que empresas como o X/Twitter, sob gestão de Elon Musk, ampliaram o espaço para opiniões diversas.
Carr defendeu, por outro lado, que emissoras de rádio e televisão têm obrigações específicas ligadas ao interesse público, por serem licenciadas pelo governo federal. Nesse contexto, ele reforçou que reguladores têm legitimidade para cobrar maior responsabilidade de veículos de comunicação tradicionais, diferentemente das plataformas digitais.
Trump defende revogação de licenças de emissoras por "críticas negativas" - crédito imagem: depositphotos.com
Com informações da CNN Brasil e do portal Inside Radio