




Quinta-Feira, 18 de Dezembro de 2025 @ 16:31
São Paulo - Executivo da iHeartMedia afirma que a inteligência artificial deve ser usada para eficiência e reforça que a confiança do público é o maior valor do rádio
O presidente e CEO da iHeartMedia, Bob Pittman, afirmou que a atual transformação tecnológica impulsionada pela inteligência artificial (IA) representa mais uma etapa evolutiva da mídia, e não uma ameaça existencial. O executivo fez a análise durante participação no podcast Local Marketing Trends, produzido pela Borrell Associates.
Segundo Pittman, a mudança atual se assemelha a outras revoluções que marcaram a indústria da comunicação. “Toda vez que você está em um momento de mudança, acha que é único. Mas, para mim, parece muito com quando a TV a cabo surgiu ou quando a internet chegou em meados dos anos 1990”, comentou o executivo.
IA como ferramenta de eficiência, não substituição
Embora a iHeart tenha apontado ganhos anuais de até US$ 150 milhões em eficiência com tecnologia, Pittman enfatizou que a IA não substituirá as vozes humanas na programação. A companhia lançou recentemente o selo “Guaranteed Human”, que garante que todo o conteúdo de áudio e música da empresa é produzido por pessoas. “Não vamos ter IA fingindo ser humana. O que mais valorizamos é a confiança — e, se você perde isso, acabou”, afirmou Pittman. O executivo reforçou que a tecnologia será usada para eliminar duplicidades, otimizar processos e concentrar recursos no que realmente importa: talentos e vendas.
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Durante a conversa, Gordon Borrell destacou que, no terceiro trimestre, a iHeart registrou crescimento de 12% nas receitas digitais, compensando uma queda de cerca de 5% no faturamento do rádio tradicional. O resultado fez da empresa a única grande companhia de rádio com crescimento líquido no ano.
Pittman atribuiu o desempenho à escala nacional e diversificação de negócios da companhia. “Estamos em um negócio diferente das outras empresas de rádio. Competimos mais com as grandes mídias nacionais”, afirmou. Apesar disso, ele destacou que o rádio local continua essencial, por conta da força das relações regionais com o público.
Novas parcerias e avanço no programático
Entre as estratégias de expansão, o CEO destacou acordos recentes com Netflix, Amazon e TikTok. A parceria com a Amazon DSP, segundo ele, tem foco em receita e automação publicitária, com o objetivo de integrar o rádio aos sistemas de compra programática. “O problema é que os anunciantes sabem que o rádio funciona, mas acham difícil comprar. O importante é estarmos em todos os painéis, com todos os nossos produtos”, disse. Já a colaboração com o TikTok mira o público e a influência da marca. “Temos escala, influenciadores e eventos. Se trabalharmos juntos, dois mais dois podem virar seis”, brincou Pittman.
Podcasting como extensão natural do rádio
O podcasting representa atualmente cerca de 40% da receita digital da iHeart e segue em crescimento. Pittman descreveu o formato como “rádio sob demanda”, destacando o diferencial da companhia em promover seus podcasts através do alcance da radiodifusão tradicional, que atinge cerca de 90% dos americanos.“O desafio não é fazer podcasts, é ter audiência. Como temos o alcance do rádio, conseguimos promovê-los no ar”, explicou. Ele também ressaltou o papel das vendas locais, que respondem por metade da receita de podcasts da empresa — um diferencial competitivo frente aos demais produtores.
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Com informações do Radio Ink


