Áudio é o principal formato de entretenimento nos veículos, com rádio liderando preferência

O consumo de áudio segue sendo o principal formato de entretenimento nos veículos, mesmo com o avanço de tecnologias voltadas ao vídeo e à conectividade embarcada. Dados recentes indicam que 89% dos motoristas nos Estados Unidos escutam algum tipo de conteúdo em áudio durante seus trajetos, com destaque para o rádio AM/FM, que ainda é considerado essencial por grande parte do público. Um estudo aponta que 96% dos consumidores norte-americanos desejam que os carros continuem saindo de fábrica com rádios tradicionais, reforçando a importância do meio no cenário automotivo. O levantamento também mostra que o rádio representa 75% de toda a escuta de áudio com publicidade no EUA.

O consumo de áudio permanece como a principal forma de entretenimento dentro dos veículos, conforme apontam dados da indústria e executivos que acompanham o comportamento de mídia dos consumidores nas estradas. Mesmo com o avanço de tecnologias voltadas ao vídeo, o ambiente veicular segue favorecendo o áudio, especialmente em automóveis conectados.

De acordo com Jeff Jury, vice-presidente sênior e gerente geral de Entretenimento Imersivo da Xperi, o áudio cria conexões emocionais significativas com os ouvintes, o que se reflete na preferência por esse tipo de conteúdo enquanto se dirige. Dados citados pela empresa mostram que 89% dos entrevistados afirmam consumir algum tipo de áudio nos veículos, sendo que 84% acreditam que esse conteúdo melhora sua experiência emocional.

Receptor automotivo de rádio FM com as estações listadas automaticamente, com a informação do PS via RDS das emissoras / crédito: tudoradio.com

Já o vídeo ainda possui uso limitado dentro dos carros, geralmente concentrado em conteúdos de curta duração e apenas quando os veículos estão estacionados ou em processo de recarga. Apesar do aumento do interesse por soluções de vídeo automotivo, o áudio continua sendo o principal companheiro dos motoristas assim que o veículo entra em movimento.

Jury ressalta que, mesmo com a ampla oferta de conteúdo em áudio, como podcasts e plataformas de streaming, o rádio AM/FM segue relevante. Segundo ele, 62% dos consumidores afirmam que não considerariam adquirir um carro sem rádio. “Isso pode surpreender. Já conversei com planejadores de produto de montadoras que acreditavam que ninguém mais ouvia rádio — até que conferiram os próprios dados internos, que mostram exatamente o contrário”, comentou.

Esse cenário também é confirmado por uma pesquisa recente divulgada pela National Association of Broadcasters (NAB), nos Estados Unidos, que revelou que 96% dos consumidores americanos consideram importante ter rádios AM/FM disponíveis em seus novos veículos. O levantamento mostra que esse recurso é valorizado por aspectos como gratuidade, acesso rápido e facilidade de uso, consolidando a relevância do meio mesmo em tempos de conectividade e plataformas digitais.

Outro dado que reforça o papel do rádio tradicional no ecossistema de mídia dos automóveis vem do estudo “Share of Ear”, conduzido pela Edison Research. A análise mostra que o rádio AM/FM continua sendo o meio dominante no consumo de áudio com publicidade nos Estados Unidos. Segundo o estudo, 75% de todo o tempo de escuta de conteúdo de áudio com inserções publicitárias no país ocorre por meio do rádio AM/FM, mesmo diante da concorrência de podcasts e plataformas digitais com anúncios.

Diante desse cenário, Jury afirma que a força do áudio no ambiente veicular exige que o meio acompanhe as mudanças nas expectativas dos usuários e os avanços tecnológicos. A Xperi, detentora da marca DTS (reconhecida por seu papel no desenvolvimento de som surround para cinemas nos anos 1990), está adaptando esses conceitos para criar experiências imersivas dentro dos veículos. Ele explica que a estrutura interna de um carro permite uma distribuição ideal de alto-falantes ao redor dos ocupantes, algo que difere bastante da forma como o público costuma consumir áudio fora do veículo, geralmente por meio de celulares ou caixas inteligentes, que não oferecem a mesma qualidade direcional.

A qualidade do áudio tornou-se ainda mais essencial diante da crescente concorrência entre diferentes formatos de mídia. Isso vale não apenas para músicas, mas também para conteúdos falados, como podcasts e noticiários. Além disso, o áudio de alta fidelidade também melhora a experiência com vídeos e jogos que estão sendo integrados aos sistemas de entretenimento embarcados.

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Com isso, a Xperi desenvolve uma nova solução chamada DTS:X, voltada ao setor automotivo. A proposta é entregar um som imersivo que se adapta a diferentes configurações de alto-falantes e posições de assentos, inclusive em veículos com sistemas de som mais simples, garantindo equilíbrio e qualidade.

O avanço do áudio veicular também passa pela forma como os motoristas descobrem e interagem com o conteúdo. Jury destaca que informações adicionais como capas de álbuns, dados das faixas e conteúdos relacionados devem ter papel cada vez mais importante nos painéis dos automóveis, sempre com foco em reduzir distrações ao volante.

A permanência do áudio como meio dominante reforça sua resiliência, segundo Jury, ainda mais em um momento de crescimento nas ofertas digitais, como o lançamento de álbuns e playlists personalizadas. Ele conclui destacando que os sistemas de entretenimento automotivo do futuro deverão se basear em plataformas que compreendam os hábitos dos usuários e integrem conteúdos de forma fluida e eficiente.

“A chave para uma experiência de entretenimento verdadeiramente imersiva está na compreensão do conteúdo — seja ele em formato de áudio, texto ou vídeo — e na capacidade de oferecer essa entrega de maneira transparente para o consumidor”, finaliza. “Não basta oferecer apenas boa tecnologia ou conteúdo de qualidade. O diferencial está em entender como ambos se conectam.”

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Emissora chamada Cannes Radio captada em DAB+ no sul da França em um multimidia da montadora KIA / tudoradio.com

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