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Quarta-Feira, 22 de Outubro de 2025 @ 06:40

Tesla ignora hábito dos ouvintes e exclui o rádio FM de seus veículos mais acessíveis

São Paulo - Montadora amplia retirada do rádio tradicional mesmo diante de dados que apontam forte presença do FM entre motoristas norte-americanos e preferência dos consumidores pela recepção de rádio nos veículos

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A montadora norte-americana Tesla deu mais um passo em sua transição para o áudio digital e se tornou a primeira grande fabricante de automóveis a eliminar totalmente o rádio via sinal aberto (FM e AM) de seus veículos. Os novos modelos Model 3 Standard e Model Y Standard foram lançados sem qualquer tipo de sintonizador FM, conforme apuração do site MotorTrend. A decisão amplia o movimento iniciado em 2020, quando a marca já havia retirado o rádio AM de sua linha elétrica. A informação surpreendeu o mercado devido à forte adesão da população ao rádio FM — especialmente no uso automotivo nos Estados Unidos, incluindo proprietários de modelos da Tesla — e representa um movimento contrário à própria legislação norte-americana.

De acordo com a imprensa especializada, a decisão chama atenção por ocorrer em meio à tramitação de um projeto de lei no Congresso dos Estados Unidos que busca justamente tornar obrigatório o rádio AM em todos os veículos novos. O texto, batizado de AM Radio for Every Vehicle Act, é de autoria bipartidária e tem o apoio de senadores como Ed Markey (Democrata de Massachusetts) e Ted Cruz (Republicano do Texas). A proposta já conta com mais de 300 coautores na Câmara dos Deputados e maioria favorável no Senado, aguardando votação.

A legislação é defendida por radiodifusores, gestores de emergência e autoridades de segurança pública, que reforçam o papel do rádio AM como meio essencial de comunicação em situações críticas e de alerta à população — especialmente em regiões onde a cobertura de dados móveis ainda é limitada. Ou seja, o movimento da Tesla não apenas contraria a presença do AM nos automóveis, como também ataca diretamente a permanência do FM em seus modelos de entrada.

O movimento da Tesla também vai na contra-mão aos hábitos de consumo dos norte-americanos. Dados da Edison Research, em estudo realizado para a Westwood One’s Audio Active Group, mostram que o rádio AM/FM responde por 51% do tempo total de áudio dentro dos carros da marca, superando plataformas como podcasts (12%) e o SiriusXM sem anúncios (10%). Além disso, 74% de toda a escuta com publicidade nos veículos da Tesla ocorre via AM/FM. Ou seja, a decisão da montadora impõe uma mudança de comportamento aos consumidores.

Outras pesquisas reforçam a importância do rádio tradicional entre os motoristas. Levantamento da Xperi, realizado no final de 2024 com mais de 3.200 proprietários de automóveis, revelou que 62% dos entrevistados não comprariam um carro sem recepção AM/FM. Já o In-Vehicle Visuals Report 2025, da empresa Quu, destacou que os 100 modelos mais vendidos nos Estados Unidos continuam oferecendo rádio FM como item de série.

Para o setor de radiodifusão, a decisão representa um desafio simbólico e comercial, já que o painel automotivo é considerado um dos principais pontos de contato entre o rádio e o público. De acordo com a Edison Research, a escuta de AM/FM em veículos entre adultos de 25 a 54 anos voltou aos níveis pré-pandemia, atingindo 51% no segundo trimestre de 2025, após ter caído para 38% em 2022.

A imprensa norte-americana também repercutiu o anúncio da startup Slate Auto, que revelou que seu futuro veículo elétrico minimalista não incluirá rádio AM ou FM. A empresa justificou a escolha como parte de uma filosofia de “remover tudo o que não for essencial para dirigir”, deixando que os compradores adicionem acessórios opcionais, como alto-falantes Bluetooth e suportes de celular.

Em resposta, a NAB (National Association of Broadcasters) lançou uma campanha de utilidade pública em inglês e espanhol, incentivando os ouvintes a enviar mensagens de apoio ao Congresso dos EUA. O público pode participar enviando a palavra “AM” para o número 39179, apoiando o projeto que busca manter o rádio AM presente nos automóveis.

Com essa escolha, o rádio fica acessível nesses modelos da Tesla apenas via streaming, através de aplicativos agregadores e aplicações próprias das marcas, necessitando da disponibilidade de conexão de dados.

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E no Brasil?

No Brasil, não há um movimento semelhante de retirada da recepção de rádio FM em automóveis, apesar de a banda AM já estar ausente em vários modelos, principalmente os importados. A Tesla não possui operação comercial no país, e quem tem influenciado as decisões sobre os veículos elétricos são as montadoras chinesas, que expandem rapidamente sua presença no mercado brasileiro. Nesse caso, segundo mapeamento do tudoradio.com, não foi observada ausência de recepção de rádio FM. Pelo contrário, as indicações apontam para um aprimoramento das experiências relacionadas ao FM nos novos veículos.


Novo receptor multimídia da marca BYD no Brasil, que explora o uso do PS do RDS como identificação das estações / crédito: tudoradio.com

Mesmo assim, existem pontos de atenção, como a redução da qualidade de recepção do FM em modelos mais recentes da Volkswagen no Brasil, conforme relatado pelo tudoradio.com. De acordo com reportagem publicada pelo portal, houve queda perceptível na qualidade do sinal FM após a adoção do sistema multimídia nacional VW Play, que não utiliza integralmente as funções de RDS, diferentemente do que ocorre nos modelos da montadora na Europa.

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Com informações da NAB e do portal RadioInk

Tags: Tesla, rádio AM, legislação do rádio, Congresso dos EUA, radiodifusão, veículos elétricos, mercado automotivo, Estados Unidos, FM

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Daniel Starck
  • Daniel Starck – Jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com, maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão, com mais de 20 anos no ar. É formado em Comunicação Social pela PUC-PR e teve passagens por emissoras como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital do rádio, com participação em eventos promovidos por entidades como SET, AESP, AMIRT, ACAERT, ASSERPE, AERP e MidiacomPB. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com foco em aplicativos, mídia programática, novos devices, inteligência artificial, sites e streaming. LinkedIn


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