Consumo de rádio permanece muito alto no mundo

Recentemente, Daniel Starck, diretor do tudoradio.com, publicou um artigo tratando dos números positivos que o rádio tem registrado não apenas no Brasil, mas também no exterior. Daniel, inclusive, examinou o desempenho do meio nos automóveis equipados com sistemas operacionais como Apple CarPlay e Android Auto. De acordo com a Edison Research, o rádio representa quase metade do total de consumo de mídia nesses veículos nos Estados Unidos.

Esses dados fazem parte de um estudo mais amplo chamado Share of Ear. A edição referente ao terceiro trimestre de 2023 foi divulgada no mês passado e mostrou que o rádio continua forte, apesar do avanço de outras formas de comunicação. Vale a pena analisar com atenção os diversos números dessa pesquisa, que oferece uma visão abrangente do consumo de áudio em um dos mercados de mídia mais competitivos e complexos do planeta.

Cresce o poder dos podcasts

Uma das principais conclusões do estudo Share of Ear é o aumento contínuo do consumo de podcasts. No terceiro trimestre de 2023, os podcasts atingiram uma nova alta histórica, representando 11% de todo o tempo diário gasto com áudio por pessoas com 13 anos ou mais nos Estados Unidos. Isso representa um aumento de um ponto percentual em relação ao trimestre anterior.

Para as emissoras de rádio, abrem-se oportunidades significativas de expansão e diversificação de conteúdo. Há de se considerar a possibilidade de incorporar conteúdos de podcast na programação ou criar podcasts exclusivos relacionados aos interesses da audiência. Os podcasts têm a capacidade de aprofundar o relacionamento com os ouvintes, oferecendo conteúdo sob demanda sem as amarras de tempo que as grades impõem.

Consolidação das transmissões em FM/AM

Outra descoberta interessante do estudo é que o consumo de rádio FM/AM segue firme. Após uma queda de um ponto percentual no segundo trimestre de 2023, o rádio tradicional recuperou-se e manteve-se estável no terceiro trimestre. Isso significa que o rádio ainda é uma parte essencial da vida diária dos americanos, representando 37% do tempo diário gasto com áudio por pessoas com 13 anos ou mais.

Tal cenário mostra que as transmissões tradicionais ainda têm um papel importante a desempenhar. No entanto, é fundamental que as emissoras de rádio também estejam presentes em plataformas de streaming e na internet em geral para alcançar um público mais amplo. A combinação de ondas hertzianas com streaming é a chave para atingir todas as faixas etárias de ouvintes.

Diversificação de conteúdos e plataformas

O estudo Share of Ear também revelou que o streaming de música aumentou um ponto percentual em relação ao trimestre anterior, representando 19% do tempo diário dedicado ao áudio.

Ao mesmo tempo, houve uma queda de dois pontos percentuais no consumo de CDs, vinis e arquivos digitais. Isso indica a continuidade do processo de mudança nos hábitos de escuta, à medida que as pessoas optam por serviços de streaming em detrimento da compra de música.

É crucial reconhecer a crescente diversificação do cenário de consumo de áudio. Além do dial tradicional, outras plataformas estão ganhando terreno, como o YouTube, cujos vídeos musicais já representam 14% do tempo diário dedicado ao áudio. Outro gigante do setor é o serviço de áudio por assinatura SiriusXM, que, embora não esteja disponível no Brasil, responde por 8% do tempo de audição diária nos Estados Unidos.

As rádios precisam estar atentas

Em um mundo onde a concorrência pela atenção do público é feroz, é vital que as emissoras de rádio estejam atentas às mudanças nos hábitos de audição. Os dados do Share of Ear para o terceiro trimestre de 2023 mostram que o rádio AM/FM continua estável, apesar do avanço dos podcasts e do streaming de música.

Para prosperar nesse ambiente em constante evolução, as emissoras de rádio devem ser flexíveis e adaptáveis. Isso envolve a diversificação de conteúdo e a exploração de novas plataformas para alcançar um público mais amplo. Ao abraçar essas mudanças e se manterem atualizadas, as emissoras de rádio podem garantir seu lugar no futuro do áudio.