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Segunda-Feira, 06 de Maio de 2024 @

Futuro próximo do rádio une ferramentas e ações que priorizam a experiência do ouvinte

Presença local é palavra de ordem no NAB Show 2024. Edição da feira realizada nos EUA também destacou IA no rádio, novo modelo de streaming e rádio híbrido

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São várias as novidades vistas no NAB Show 2024, várias. É difícil até indicar o que mais chamou a atenção, pois, dependendo da percepção de cada participante, algo pode ter saltado mais aos olhos para uns do que para outros. Mas duas impressões devem ser destacadas: a edição de 2024 teve grande impacto em relação à anterior (geralmente, as diferenças de novidades entre edições próximas não são tão grandes, mas desta vez foi) e foi importante ver a consolidação de algumas novidades que foram apresentadas anos atrás. No congresso, dois pontos de atenção: a necessidade de geração de conteúdo local e a necessidade de saber trabalhar o digital, em vários aspectos.

Vou começar pela parte do congresso, pois isso remete a algo que estamos vendo agora no Brasil, por motivos bem tristes. A geração de conteúdo local é o grande diferencial do rádio perante qualquer outra mídia. Ele é o mais próximo de sua comunidade do que qualquer outro formato de entrega de conteúdo, hoje inclusive superando as redes sociais (que estão cada vez mais priorizando conteúdos aleatórios, longe de sua lista de seguidores, com gerações feitas em outros cantos do mundo). E isso foi reforçado como algo essencial para o rádio, independente de você pertencer a uma rede. É preciso, na linguagem e nas ações promocionais/comerciais, tornar-se local. É comum ver nos EUA cadeias de restaurantes em rede, além de outros segmentos de franquia, adotando elementos locais à sua identidade visual padrão. 

Como fazer isso? Bem, seria assunto para outro artigo (e será), mas o caso do Rio Grande do Sul é o que mencionei como algo triste pelo acontecimento em si, mas reforça o papel de proximidade do rádio. Na cobertura feita pelas rádios gaúchas, há vários pontos importantes do rádio que são reforçados ano após ano: proximidade com a comunidade, prestação de serviço, envolvimento emocional, credibilidade, agilidade e disponibilidade (sim, a internet ainda cai, sobrecarrega e entrega informações falsas, infelizmente).

Já no lado digital, é fato que boa parte do investimento publicitário está migrando para essa frente. E o rádio precisa entender como participar de forma mais efetiva dessa fatia do bolo. Lá existe uma discussão de que boa parte dessa receita está no vídeo, e o rádio precisa entrar nessa área. Bem, por lá, o rádio é essencialmente áudio e essa prioridade não deve mudar, mas por aqui já atuamos mais com o vídeo. Porém, o ponto onde nos encontramos com eles é na necessidade de rentabilizar esse trabalho digital em vídeo e tratar esse conteúdo como complemento importante de nossas atividades, entregando um conteúdo que converse de fato com esse tipo de plataforma. 

Outro ponto diferente entre nós e eles é que o áudio online já possui uma receita relevante para as emissoras de rádio, apesar de que poderia ser maior do que é, mas tem ajudado a manter o faturamento dos grupos de rádio em alta. E aqui ainda é muito tímido, o que talvez nos forçou a tentar o vídeo antes deles. De qualquer forma, precisamos fortalecer essas duas frentes, pois está cada vez mais próxima a etapa em que o digital será fundamental para equilibrar as contas ou até mesmo ser capaz de gerar crescimento nas receitas. Muitas rádios de lá e daqui já possuem o mais difícil: escala de consumo em seus conteúdos.

Bem, e as novidades tecnológicas? Óbvio que IA é a bola da vez. Em inglês (apesar de já termos empresas brasileiras nessa frente que entregam também com qualidade, do nosso jeito), a IA já monta uma rádio por completo: produção em texto, locução, chamadas, etc. E isso foi destaque na abertura do NAB Show 2024, com o rádio sendo o grande exemplo de uso da IA na comunicação. Mas e aí? Bem, no momento se fala muito em regulamentação (definir as regras desse jogo), recomenda-se que se utilize IA para aprimorar processos (deixando as equipes mais produtivas e criativas) e ocupar espaços de conteúdo que hoje estão vazios (madrugadas sem locução, canais de rádio que hoje não existem, mas podem ser criados), entre outras aplicações.

Mas o que me chamou a atenção são as “novidades velhas”. Como assim? Aquelas vistas nas edições de 2017, 2018 e por diante, que ganharam tração e hoje possuem escala de consumo, ou seja, são viáveis. Uma delas é o rádio híbrido nos carros, que já conta com mais de 6 milhões de veículos ativos no planeta, incluindo o Brasil. Com essa tecnologia, o rádio se iguala a qualquer outro player em experiência por telas, misturando os pontos fortes do dial com as vantagens dos dados conectados. Para o ouvinte, ele possui mais informações sobre o que está ouvindo e pode interagir com a rádio, além de trocar seu sinal FM/AM para o digital quando a transmissão terrestre não está disponível. Para as rádios e o mercado, é aprimoramento operacional na veia: mais dados com mapeamento em tempo real de consumo e outras nuances, além de mais oportunidades comerciais para emissoras e seus parceiros.

E, quem sabe, com a minha torcida, inovações como o HLS+ (streaming de áudio), apresentadas em 2024, podem ser essas “novidades velhas que pegaram tração” nos próximos anos. Trata-se de um formato de streaming de rádio que mistura, de forma intuitiva, o áudio ao vivo com ações de conteúdo on-demand. Ou seja, o usuário pode pular uma música, adicionar conteúdos, etc., claro que dentro de uma linha pré-definida pelo formato da emissora que ele está ouvindo. Isso também posiciona o rádio como uma ferramenta tecnológica à frente de serviços de streaming on-demand, pois une seus pontos fortes do conteúdo ao vivo com a experiência de personalização oferecida pelas outras plataformas. A conferir.

A nossa cobertura completa do NAB Show 2024 está disponível no link tudoradio.com/nabshow2024. Confira lá.

Tags: Rádio, tecnologia, digital, IA, radiodifusão, audiência, streaming, EUA,ouvintes de rádio

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Colunista
Daniel Starck

Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.










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